A cidade de São Paulo registrou nos primeiros seis meses de 2007 uma recuperação nos lançamentos de unidades residenciais, enquanto a comercialização de imóveis demonstrou crescimento consistente após bons resultados obtidos no ano anterior.

O indicador Vendas sobre Oferta (VSO), que aponta o desempenho de comercialização, registrou índice médio de 13,2% no período, acima dos 10,5% referentes ao primeiro semestre de 2006 e à média mensal de 12,1% do ano passado. Expresso em porcentagem, o VSO resulta da comparação do total de imóveis comercializados no mês com a oferta em unidades.

O ritmo de vendas verificado em maio e junho contribuiu para o excelente desempenho semestral, com VSO de 17,5% e 17,4%, respectivamente. A expectativa é de que o índice acompanhe a evolução do indicador observada em 2006.

Destaque para as vendas, superiores aos lançamentos no período. O total de unidades escoadas de janeiro a junho deste ano atingiu 14.430 imóveis, enquanto 13.161 novas unidades residenciais foram lançadas. Em valores, as vendas representaram movimentação da ordem de R$ 4,37 bilhões e os lançamentos, de cerca de R$ 3,94 bilhões.

Um fato interessante é a proximidade do valor médio lançado e do comercializado, ambos em torno de R$ 300 mil por imóvel. Outra coincidência foi quanto à participação porcentual na segmentação por número de dormitórios. Unidades de dois dormitórios representaram aproximadamente 40% do mercado; de três, em torno dos 33%; e de quatro dormitórios ficaram com fatia de 23%.

A área privativa apresentou ligeira redução no período de seis meses, o que não significa necessariamente tendência de encolhimento das unidades residenciais. Isso porque, considerando o tamanho das áreas médias de unidades lançadas nos anos 90 (de 1993 a 1998) e os últimos anos (2004 a 2006), constatou-se certa compatibilidade.

Lançamentos

Em termos gerais, na comparação com igual período do ano passado, o semestre foi caracterizado pelo aumento de lançamentos em proporções superiores aos das vendas. Em relação aos seis primeiros meses do ano passado, as unidades lançadas cresceram 36,9% e a comercialização foi 9,8% superior. O mesmo ocorre com o montante movimentado. O Valor Global de Vendas (VGV) de lançamentos registrou elevação de 10,4%, enquanto o volume comercializado cresceu cerca de 6,3% em comparação ao de 2006.

Ou seja, há menos consumo do estoque medido pela oferta neste ano. A oferta no início de 2006 girava em torno de 20 mil unidades e se mantém estável na faixa dos 15 mil imóveis. As vendas registram crescimento gradual e consistente. Como o segundo semestre tradicionalmente supera o primeiro em termos de comercialização, a tendência é de manutenção no ritmo de crescimento.

Dados apurados pelo Departamento de Economia do Secovi-SP e pela Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) apontam que a maior oferta de produtos de dois e três dormitórios está voltada para a base da pirâmide de renda, num momento em que há oferta de crédito habitacional com condições favoráveis (prazo de 300 meses, redução de taxa de juros, etc).