O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo encerrou 2008 com 32.847 unidades comercializadas, equivalente à redução de 10,3% sobre 2007 (36.615 moradias). O desempenho de vendas médio no ano, expresso pelo indicador Vendas sobre Oferta (VSO) – relação entre número de unidades vendidas sobre a oferta -, foi de 13,8% por mês em 2008, performance inferior a 2007, de 16,2% (maior indicador médio anual desde início da pesquisa, na década de 80), porém superior ao ritmo de vendas de 2006, de 12,1%.

Os dados representam a consolidação das pesquisas realizadas mensalmente pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP e, por isso, confirmam o período de janeiro a agosto de 2008 com excelentes resultados, a fase aguda da crise de confiança financeira global (setembro e outubro) e o início de uma nova realidade na economia a partir de novembro.

A pesquisa de dezembro apontou redução no volume comercializado no mês de 4,7%, com escoamento de 1.677 unidades, contra 1.760 em novembro e 5.428 moradias negociadas em dezembro de 2007. Quanto ao volume de lançamentos, a Empresa Brasileira de Estudos sobre Patrimônio (Embraesp) percebeu 2.541 moradias colocadas em oferta no último mês do ano.

O índice de desempenho de vendas VSO de dezembro registrou comportamento semelhante, com 7,7% no mês, contra 8,4% de novembro. O ritmo de comercialização variou conforme segmentação por número de dormitórios, sendo que o nicho de dois dormitórios continua puxando o mercado, atingindo 18,4% no mês. O VSO do segmento de três dormitórios ficou próximo do índice geral, com 6,8%.

Em termos de unidades comercializadas, os imóveis de dois e três dormitórios representaram 79% das vendas do último mês de 2008. Um fato relevante foi a concentração das vendas na Fase de Lançamento, ou seja, nos primeiros seis meses após colocação do produto em oferta. Cerca de 77% (1.292 unidades) do que foi comercializado em dezembro tinha menos de seis meses desde o momento de lançamento. O VSO de 11,9% confirma o bom ritmo de comercialização desse segmento na pesquisa.

“O bom resultado de comercialização desses imóveis pode ser conseqüência de maior seletividade dos projetos a lançar. Ou seja, busca-se priorizar, dentre os projetos disponíveis, aqueles que atendam melhor as exigências dos futuros compradores e que tenham menor concorrência”, analisa Alberto Du Plessis Filho, vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado do Secovi-SP. Para o economista-chefe do Sindicato, Celso Petrucci, os primeiros meses de 2009 ainda devem ser de ritmo moroso de vendas, por se tratar de um período de tradicional sazonalidade, prevalecendo a preocupação quanto aos rumos da economia. “Há sinais de reaquecimento da atividade econômica, apreensão quanto a medidas governamentais para o setor e a retomada deverá acontecer de forma gradual, mas sustentada.”

Clique no link abaixo para conferir os gráficos e as tabelas e veja também o mapeamento dos empreendimentos feito com base nos dados apurados mensalmente pela Pesquisa sobre o Mercado Imobiliário, com uso do GeoSecovi.