Representantes do Instituto de Longevidade e Kantar Worldpanel falaram sobre
o potencial de consumo do segmento da população acima dos 50 anos

O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon e a Kantar Worldpanel apresentaram dados sobre o mercado ‘grisalho’ no Brasil e o potencial de consumo que ele representa no I Fórum da Moradia para a Longevidade, realizado na quinta-feira, 9/11, na sede do Secovi-SP. Organização conjunta do Sindicato da Habitação, jornal O Estado de S. Paulo e Immaginare, o evento reuniu mais de 300 pessoas durante um dia inteiro de palestras e debates.

“O Brasil vive um processo aceleradíssimo de envelhecimento. É preciso entender as necessidades e os desejos desse segmento da população. Vamos viver mais – é um processo irreversível. Estamos todos nesse caminho de novas descobertas”, disse Henrique Noya, do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, que apresentou diversos dados.

Enquanto a média de envelhecimento populacional mundial é de 0,71% ao ano, no Brasil é quase o dobro, 1,28%, colocando o País na liderança dos que mais envelhecem. Em 2040, metade da população terá mais de 50 anos. Uma década adiante, o Brasil ocupará a 4ª posição de população mais envelhecida do mundo. Noya citou quatro pontos que, por estarem evoluindo, contribuem para a população ser mais longeva: recursos médicos, segurança social, estudo e igualdade de gênero. 

O termo “economia grisalha” surgiu há alguns anos, na Europa, com o objetivo de sistematizar políticas de estímulo a setores da economia para atender esse segmento. A União Europeia priorizou 13 setores, dentre eles, a habitação. “O Brasil tem um hiato muito grande, estamos atrasados, temos de nos organizar para avançar”, disse o executivo do instituto, que atua, com foco na longevidade, em três plataformas: trabalho, cidades e conhecimento. 

População madura vai triplicar em 20 anos

Patricia Beber, da Kantar Worldpanel, comentou que a pirâmide etária no Brasil está tomando forma de um diamante: a base diminuiu e o meio “engordou”, composto por população madura e de classe média. Segundo dados da Kantar, 1/4 dos domicílios já são de pessoas acima dos 50 anos. Destes, 18% são maduros independentes, ou seja, pessoas que moram sozinhas ou apenas com o cônjuge. Cerca de 15% são responsáveis pelo total de bens de grande consumo. “Essa população vai triplicar nos próximos 20 anos e impulsionar o consumo”, afirmou Patricia.

De acordo com a executiva, os maduros independentes são os que têm “bolso saudável”. “Eles têm mais conforto, os lares são mais bem equipados, gastam mais, têm mais acesso à TV a cabo”, citou. Os maduros são conectados o suficiente para navegar na internet, gostam de viajar e compram produtos de grande consumo de categorias relacionadas à saudabilidade. “Cerca de 60% dos maduros estão acima do peso e são preocupados em comprar itens light, diet ou menos calóricos”, mencionou Patricia. “As marcas que crescem são as que atendem necessidades específicas, por nichos.”

Embora saúde seja considerado um dos sete itens mais importantes para eles, não é o único nem o mais relevante. “Hoje, os maduros querem qualidade de vida e usufruir de uma vida plena”, afirmou Henrique Noya.