De acordo com a Pesquisa Secovi do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Sindicato, no mês de junho foram comercializadas 2.588 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo – volume 20,4% superior ao mês de maio, quando foram vendidas 2.149 unidades.
Com 1.491 unidades vendidas, os imóveis de 2 dormitórios representaram 57,6% do total comercializado e registraram valores médios de aproximadamente R$356 mil, o que pode explicar, em parte, seu forte escoamento no mercado. O segmento de 3 dormitórios participou com 20,2% (524 unidades) das vendas, seguido pelos imóveis de 1 dormitório com 20,1% (521 unidades) e, por fim, os de 4 ou mais dormitórios com 2% (52 unidades) do total comercializado.
O indicador VSO (Vendas Sobre Oferta) de junho também apresentou o melhor desempenho do ano, com velocidade de vendas de 8,6%. A tipologia com a melhor resultado foi a de imóveis de 2 dormitórios (12,7% das unidades ofertadas foram comercializadas). O VSO de 12 meses passou de 39,7% (maio) para 42% (junho).
A cidade de São Paulo encerrou o mês de junho com 27.448 unidades disponíveis para vendas, uma pequena redução na oferta de imóveis que, se comparado com o mês anterior (28.118), variou -2,4%. Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos, lançados nos últimos 36 meses (de julho/2012 a junho/2015).
Lançamentos – Segundo os dados apurados pela Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), em junho foram lançadas 2.036 unidades residenciais na capital paulista, o que representa uma variação negativa de 15,3% em relação ao mês de maio, com 2.403 unidades lançadas, e de -15,6% em relação a junho de 2014 (2.413 unidades).
Os imóveis com 2 dormitórios responderam por 58,3% do total lançado no mês com 1.186 unidades, seguidos pelas unidades de 1 dormitório com 509 unidades lançadas (25,0%), de 3 dormitórios com 341 unidades (16,7%) e nenhuma unidade de 4 ou mais dormitórios.
“O mercado imobiliário vem se ajustando aos poucos. Abril e maio apresentaram vendas superiores ao mesmo período do ano passado. Além disso, as vendas acumuladas de janeiro a junho deste ano ficaram muito próximas da quantidade de unidades lançadas. Ou seja, no semestre foram comercializadas 9.658 unidades e lançadas 9.653 unidades. Isso confirma que o mercado está mais aderente ao consumidor do que em 2014”, avalia Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. Essa aderência deve-se, principalmente, ao lançamento de produtos de 1 e 2 dormitórios com ticket médio mais baixo e que atendem maior parte da demanda.
A dificuldade de viabilização de novos projetos habitacionais na cidade de São Paulo por conta do novo Plano Diretor Estratégico preocupa o setor. “Além da perda de atratividade dos recursos da caderneta de poupança, seu esvaziamento e a crise institucional que o País atravessa”, ressalta Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP. Junte-se a esses fatores, o Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional, que pretende mudar o índice de remuneração das contas vinculadas ao FGTS. “Se aprovada, irá inviabilizar o Programa Minha Casa, Minha Vida”, completa Petrucci.
O Secovi-SP tem registrado que os projetos habitacionais aprovados pela prefeitura de acordo com as regras do antigo Plano Diretor estão esgotando e que os novos projetos, seguramente, terão custo maior de produção, devido às restrições urbanísticas impostas pela nova legislação.
“Medidas governamentais que podem reduzir a potencialidade produtiva do setor afetam, também, o crescimento da economia da cidade. Agora, o momento é para pensar em soluções, pois a construção civil é um dos setores que mais desempregou este ano, e se nenhuma medida for tomada, a situação poderá piorar”, conclui Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP.
Confira a Pesquisa completa com os resultados do mercado imobiliário na Região Metropolitana de São Paulo aqui