A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), apontou que outubro foi o melhor mês do ano em termos de vendas (2.815 unidades), com crescimento de 44,9% em relação a setembro (1.943 unidades) e 42,1% em relação a outubro de 2017 (1.981 unidades). “Desempenho expressivo para um mês em que tivemos dois turnos de eleições, o que, em tese, impactaria as visitas nos plantões de venda”, observa Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
No acumulado de janeiro a outubro, foram vendidas 20.882 unidades, um aumento de 41,2% em comparação ao mesmo período de 2017, quando as vendas totalizaram 14.791 unidades.
Econômicos – O destaque continuam sendo os segmentos de imóveis econômicos e compactos, com área útil de até 45 m², 2 dormitórios e preço máximo de R$ 240.000,00. Segundo Petrucci, o desempenho de vendas poderia ser ainda melhor, não fosse o esgotamento dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) destinados ao programa Minha Casa, Minha Vida.
As unidades econômicas participaram com a comercialização de 814 unidades no mês de outubro, o lançamento de 2.562 unidades, a oferta de 4.983 unidades disponíveis para venda e VSO (Vendas sobre Oferta) de 14,0%. Nos outros segmentos de mercado, foram vendidas 2.001 unidades e lançadas 2.132 unidades, com oferta final de 13.310 unidades e VSO de 13,1%.
Alto padrão – Outro tipo de imóvel que vem apresentando bons resultados é o de alto padrão, com valores acima de R$ 1.500.000,00, que atingiram VSO de 13,1% no mês de outubro, ficando abaixo das unidades com valores de até R$ 500.000,00 e acima dos imóveis na faixa de R$ 500.001,00 a R$ 1.500.000,00. Para Flávio Prando, vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing do Secovi-SP, o desempenho de imóveis nessa faixa de valor pode ser explicado pelo fato de os interessados terem adiado a decisão de compra durante o período de crise.
“Das dez edições da Pesquisa do Mercado Imobiliário em 2018, nove apresentaram crescimento das vendas na comparação com os mesmos meses do ano passado, apontando início da recuperação do mercado”, afirma Prando.
Lançamentos – Os lançamentos também tiveram resultado surpreendente em outubro. De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), foram lançadas no mês 4.694 unidades, resultado 116,0% superior ao de setembro (2.173 unidades) e 108,0% acima do registrado em outubro de 2017 (2.257 unidades). Com os lançamentos superando as vendas no mês, o mercado registrou um pequeno aumento de imóveis ofertados não comercializados.
De janeiro a outubro, os lançamentos acumulados totalizaram 18.974 unidades residenciais na cidade de São Paulo, 25,8% acima do registrado no mesmo período do ano anterior (15.080 unidades).
A capital paulista encerrou o mês de outubro com a oferta de 18.293 unidades disponíveis para venda. Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (novembro de 2015 a outubro de 2018). A quantidade de imóveis ofertados aumentou em relação a setembro de 2018 (16.707 unidades) e reduziu 2,8% em comparação a outubro de 2017 (18.817 unidades).
Futuro – Apesar do bom desempenho do ano, preocupam o setor questões como o futuro do funding para o crédito imobiliário e os constantes ataques ao FGTS, que é uma das principais fontes de recursos para o financiamento à produção e aquisição habitacional.
Cabe reiterar que a demora na calibragem da Lei de Zoneamento vem inviabilizando novos projetos na cidade de São Paulo. “Até agora, o estoque de projetos aprovados manteve o mercado aquecido. A falta de reposição de produtos na mesma velocidade das vendas e a diminuição da oferta pressionarão os preços dos imóveis que, a partir do ano que vem, poderão sofrer reajustes”, ressalta o vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos da entidade, Emilio Kallas.
Na avaliação do presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, as expectativas para o próximo ano são as melhores. “Os indicadores econômicos estão positivos, com a estimativa de crescimento do PIB da ordem de 2,5%, inflação controlada, em patamares abaixo de 4,5% a.a., e Selic abaixo de 8% no ano”, afirma. “Os índices de confiança do consumidor e de empreendedores também vêm subindo gradativamente, algo fundamental para setores que atuam no longo prazo, como o imobiliário. Como tenho dito, é importante continuarmos criando um ambiente positivo, o que certamente colocará o País novamente no rumo do crescimento”, conclui.
Confira a Pesquisa do Mercado Imobiliário completa, com resultados da Região Metropolitana de São Paulo.