Os resultados da Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, apresentaram relativa estabilidade no mês de maio. Foram comercializadas 2.149 unidades residenciais na cidade de São Paulo, uma redução de 1,6% em relação ao mês de abril, que registrou 2.185 unidades vendidas, e um aumento de 3,3% se comparado com maio de 2014, quando foram comercializadas 2.080 unidades.

Em maio, o maior volume de vendas foi de imóveis com 2 dormitórios, com 1.432 unidades vendidas (67% do total comercializado no mês). A grande aderência deste tipo de imóvel à demanda deve-se, principalmente, ao valor médio das unidades de R$ 294 mil. O segmento de 1 dormitório teve participação de 16% (349 unidades) nas vendas, seguido pelos imóveis de 3 dormitórios com 14% (310 unidades) e, por fim, os de 4 ou mais dormitórios, com 3% (58 unidades) do total comercializado.

A cidade de São Paulo encerrou o mês de maio com uma oferta de 28.118 unidades disponíveis para venda. Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos, lançados nos últimos 36 meses (de junho/2012 a maio/2015).

Lançamentos – Segundo dados apurados pela Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), em maio foram lançados 2.403 imóveis residenciais na capital paulista, o que representa uma queda de 20,5% em relação ao mês de abril, quando foram lançadas 3.023 unidades, e de 6,9% em relação a maio de 2014 (2.582 unidades).

Os imóveis com 2 dormitórios responderam por 69% do total lançado no mês, com 1.654 unidades, seguido pelos imóveis de 1 dormitório, com 495 unidades lançadas (20,6%); de 3 dormitórios, com 220 unidades (9,2%); e de 4 ou mais dormitórios, com apenas 34 unidades lançadas (1,4%).

Análise – O mercado imobiliário permaneceu praticamente estável no mês de maio, confirmando que a demanda se mantém mesmo em épocas de ajustes da economia. Porém, a grande dificuldade é ajustar os produtos ao mercado consumidor.

“A perda de atratividade dos recursos da caderneta de poupança e seu consequente esvaziamento, aliada à proposta em tramitação no Congresso Nacional de mudança de remuneração das contas vinculadas ao FGTS e à demora do governo em anunciar a fase 3 do Minha Casa Minha Vida, têm prejudicado o lançamento e a produção de novos empreendimentos. Esses problemas podem ser potencializados com o aumento do desemprego na construção civil”, analisa Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

“Ainda não percebemos a retomada da confiança no País pelos investidores, mesmo após a aprovação da política de ajustes fiscais. Isso desanima os incorporadores a fazer novos lançamentos e os consumidores ainda estão inseguros com os rumos da economia. Mesmo assim, o mercado imobiliário de São Paulo se comportou razoavelmente bem nos últimos três meses”, diz o presidente do Sindicato, Claudio Bernardes.

Na Capital, há outra preocupação: o possível esgotamento dos lançamentos de empreendimentos com projetos aprovados dentro das regras do antigo Plano Diretor. “Seguramente, os projetos aprovados com base na nova lei terão custos altos e serão ofertados ao mercado com preços elevados. Esta questão é crucial e definirá o potencial de crescimento futuro do mercado imobiliário na cidade e também se continuaremos a empurrar os compradores de imóveis para as cidades do entorno”, ressalta Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Sindicato.

Confira a Pesquisa completa.