O ministro da Fazenda, Guido Mantega, participou de painel da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC, dia 4/10, em Brasília, ocasião em que apresentou o modelo de gestão de sua pasta.
Mantega afirmou que a construção civil é um dos pilares de sustentação do novo ciclo de crescimento econômico, que agora se mostra sustentável. “O modelo é de social-desenvolvimentismo, com crescimento equilibrado, robusto e protegido de processos inflacionários”, garantiu.
De acordo com o ministro, esse crescimento tem duas características peculiares: a diminuição das desigualdades e a inclusão social. “Éramos o país com maior desigualdade de renda. Agora, a riqueza é melhor distribuída, há mobilidade social nas classes E e D, o Brasil está blindado e a economia invulnerável às crises externas. Antes, tínhamos grande dependência de capital externo”, ressaltou o ministro.
A demonstração de solidez da economia diante da crise imobiliária norte-americana, com pequena oscilação na Bolsa de Valores, reforça o potencial do país para receber o fluxo de capital de investidores para entrar nos processos de IPOs (oferta de ações na Bolsa).
A construção civil corresponde a 45% da formação bruta de capital fixo, de acordo com o ministro da Fazenda, e isso pode estimular ainda mais a formação de mercado de massa, que surge como resultado da expansão do emprego e da renda, aumento do salário mínimo e ampliação dos programas sociais. “Está nascendo uma nova classe média, com potencial de comprar imóveis”, disse.
Novo mercado – O movimento de empresas da construção civil e imobiliária listadas na Bolsa é uma nova forma de capitação de recursos para a produção, na opinião de Mantega. “O mercado de capital é regido por leis rigorosas e oferece dinheiro barato para o empresário”, falou o ministro.
Para a indústria, a previsão de crescimento em 2007 é de 5,5%, conforme dados apresentados por Mantega. “Bastante superior aos 2% do ano passado”, comparou.
Para manter o processo de expansão da construção civil e imobiliária, Mantega afirmou que algumas medidas estão sendo estudas pelo governo, como seguros, portabilidade do crédito imobiliário e o principio de concentração da matrícula. “Estamos longe de chegar à situação ideal, porque são vários os desafios pela frente. Mas trabalhamos pelo crescimento com justiça social para que o Brasil seja uma potência econômico no futuro.”
Apesar da enorme demanda por habitação, oriunda dos 8 milhões de famílias que compõem o déficit habitacional, o governo tem o objetivo de alcançar os níveis de crescimento de grandes países. ”Vamos chegar ao nível de 30% do PIB, o mesmo da Espanha. Hoje, a construção civil só representa 2%.”
Nesse processo, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) será fundamental, pois dependerá muito do segmento imobiliário para inciar. “Os programas entrarão em vigor em 2008 e o Brasil será um grande canteiro de obras. Cumprimos a primeira etapa, porém temos de iniciar a segunda com metas mais ambiciosas. O setor é muito importante para a economia brasileira”, concluiu o ministro.
Além de Mantega, o presidente do Secovi-SP e da CII/CBIC, João Crestana, o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, e o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro, compuseram a mesa de trabalhos.