A missa de sétimo dia do deputado federal Ricardo Izar acontece às 11 horas desta sexta-feira (9/5), na igreja Nossa Senhora do Brasil, na capital. O deputado, que criou a Frente Parlamentar de Habitação, faleceu no último dia 2/5.

“O Brasil está mais pobre em sua equipe de jogadores do bem”, afirma o presidente João Crestana,na Coluna Secovi desta semana, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, resumindo, assim, a opinião dos ex-presidentes do Sindicato Romeu Chap Chap, Walter Lafemina, Ricardo Yazbek, Sergio Mauad, Paulo Germanos e Abdul Waquil.

O Parlamentar da Habitação – Segundo os dirigentes do Secovi-SP, criou-se um enorme vazio no cenário político nacional e, principalmente, na vida de milhões de cidadãos que, igualmente, defendem a ética e a redução da desigualdade social por meio do acesso à habitação.

Essas lutas nortearam a trajetória política de Ricardo Izar, iniciada em 1964, quando conquistou uma cadeira na Câmara Municipal de São Paulo. Em 1971, foi eleito para a Assembléia Legislativa, onde exerceu quatro mandatos, reconhecido como um dos dez parlamentares mais atuantes. Na Câmara dos Deputados, seus trabalhos foram ainda mais destacados. Por ocasião da Constituinte, teve 147 propostas aprovadas (o maior número de emendas incorporadas ao texto constitucional).

Como presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar (duas gestões), Ricardo Izar mostrou ao País que há limites para a impunidade. Envolvidos nos vergonhosos episódios do ‘mensalão’ e dos ‘sanguessugas’ tiveram cassação pedida. Em 2007, foi autor de documento propondo maior poder àquele colegiado e aceleração dos processos de cassação. Já no que se refere à moradia e à geração de empregos, o legado de Ricardo Izar é incomparável.

Defensor de um ministério dedicado especificamente à questão habitacional e urbana, foi responsável por diversos projetos de lei de incentivo à construção civil, à Lei do Inquilinato e ao sistema financeiro imobiliário. Instituiu a Frente Parlamentar de Habitação (que reuniu 158 deputados e 32 senadores) e foi um dos mentores da emenda constitucional que incluiu a moradia como direito social. Não por acaso, portanto, Ricardo Izar é considerado o “parlamentar da habitação”.

No Congresso Nacional, foi o grande interlocutor da indústria imobiliária e da construção. As portas de seu gabinete estiveram sempre abertas para receber sugestões de evidente interesse da população. Isso justifica o fato de ter sido ele o relator da Lei do Patrimônio de Afetação, um dos instrumentos da grande revolução do crédito imobiliário, a qual hoje permite que milhares de cidadãos adquiram a casa própria.

Cabe também adicionar à folha de serviços prestados pelo deputado à Nação a veemente defesa da família brasileira. Um exemplo foi a coragem política com que Ricardo Izar combateu publicamente excessos cometidos por autores de novelas brasileiras, cuja exagerada exploração de temas como sexo, violência e desrespeito ao próximo em nada contribuía para a família como fundamento da sociedade.

Bravura, ética, dignidade, generosidade, serenidade, seriedade, humildade e trabalho incansável pelo País estão dentre os adjetivos que definem esse grande brasileiro, cujas lições de vida marcam a história nacional de forma indelével.

Para o Secovi-SP, a perda de Ricardo Izar será sempre sentida. Foi-se, antes de tudo, um grande amigo, cujas bandeiras da habitação terão de permanecer, empunhadas por todas as entidades do setor (Secovis, Sinduscons, CBIC e tantas outras).