“Os promissores modelos de moradia para jovens e idosos” foi debatido em painel da Convenção Secovi que abordou três cenários: aging place, residenciais para idosos e a moradia para a geração Z.
Luis Antonio Silva, do Instituto de Longevidade do Grupo Mongeral, defendeu o conceito de aging place, ou seja, o imóvel preparado para acompanhar famílias até o envelhecimento de seus membros, valorizando a permanência do idoso em sua própria casa, no bairro e na vizinhança que lhe são familiares, evitando a formação de “guetos de idosos”.
“O imóvel deve ser adaptado com antecedência, enquanto as pessoas são economicamente ativas, devido ao custo elevado. A residência deve estar preparada de modo que não ofereça risco de acidentes”, disse. Para ele, a longevidade acompanha todas as faixas etárias, já que prevê um estilo de vida saudável e longo para todas as pessoas.
Residencial para terceira idade foi abordado por Miguel Zarvos, do Cora Residencial Sênior, que tem seis unidades na Capital. Este modelo geralmente oferece residência, estrutura com profissionais de saúde especializados, refeições, atividades para socialização e desenvolvimento físico.
Embora atenda especialmente idosos que já começam a precisar de cuidadores e apresentam alguma condição de saúde que os tornam dependentes, como demência e Alzheimer, essa opção também atende pessoas independentes, mas que se sentem mais seguras em um local com infraestrutura e que buscam conexão social.
Segundo Zarvos, o brasileiro tem muito sentimento de culpa em levar os pais para uma instituição, enquanto nos Estados Unidos os idosos se mudam para um residencial do tipo por iniciativa própria. Ele também comentou sobre os desafios do modelo, que busca oferecer a melhor experiência ao idoso, dando liberdade para receber visitas e para passeios, oferecendo atividades por interesses de grupos e também de acordo com o nível de dependência. “Estamos longe de achar a fórmula do sucesso, mas buscamos dar sentido, uma razão de vida para nosso público”, disse Miguel Zarvos. Como preço é uma barreira para muitos, um alternativa aos residenciais são os colivings, que são modestos e os custos são divididos.
Moradia para a geração Z foi explorada por Andrea Bisker, consultora de comportamento do consumidor e tendências de mercado. Uma das características mais marcantes desse grupo é o “fear of being alone”, ou o medo de ficar sozinho. Outros traços são forte senso de comunidade, minimalismo, desapego à casa própria e à posse de bens em geral, dando lugar às experiências. “A geração Z vai gravitar em centros sociais, adotarão o estilo de vida flexível e compacta, ‘cidadãos do mundo’”, disse a consultora.
O mercado imobiliário está atento a essa tendência e já é possível encontrar empreendimentos, inclusive no Brasil, que atendem a essa demanda, com unidade compactas, com abundância de serviços e áreas comuns grandes para integrar pessoas. Alguns empreendimentos já estão sendo concebidos para locação.
O painel foi ancorado pela jornalista Mariana Barros, do portal Esquinas.
A Convenção Secovi tem o patrocínio da Atlas Schindler, Intelbras, Porto Seguro, Apemip, OLX e SegImob.
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