Para manter uma equipe de trabalho motivada é necessário saber, antes, de onde vem a motivação. “É uma questão pessoal. Vem de dentro de cada um de nós”, disse Helton Haddad, doutor em administração pela       Eaesp-FGV, que palestrou no evento “Como motivar sua equipe”.

Recorrendo à Psicanálise, Haddad fez um meandro histórico sobre o conceito de motivação. Explicou que, de acordo com Sigmund Freud, motivação seria a libido e a vontade de ser amado. “Muita gente age querendo chamar a atenção, querendo ser amado”, disse. Para Carl Jung, seria a autorrealização, o desejo que alcançar objetivos mediante seus próprios esforços. Segundo Alfred Adler, motivação seria algo desencadeado pela vontade mandar, liderar, de ter poder. Abraham Maslow, por sua vez, define que as ações do homem são motivadas por suas necessidades pessoais, como ter segurança, autoestima, entre outros.

Dadas essas particularidades, o bom gestor deve saber identificar o que motiva cada membro de sua equipe e tratar tais particularidades. Alguns aspectos podem ajudar nessa tarefa, como: alinhar tarefa e capacidade. “Colocar a pessoa certa no lugar certo”, explicou Haddad.  Identificar o que motiva cada membro da equipe de acordo com o momento de vida profissional também deve ser levado em consideração. “Alguém em começo de carreira é estimulado por coisas diferentes de quem tem 20 anos de profissão”, exemplificou.

Acrescentam-se à lista de itens relevantes: a motivação do próprio gestor, reconhecimento por atividades bem desenvolvidas, nunca supor que as pessoas são motivadas por uma mesma razão, transparência sobre o que quer de cada integrante de uma equipe, mostrar interesse genuíno pelas pessoas, reconhecer sinal de desmotivação e agir prontamente e, por fim, envolver os membros da equipe em desafios. “As pessoas apoiam o que ajudam a criar”, disse Haddad, referindo-se à necessidade de o gestor convidar a todos para desenvolver projetos e coloca-los em prática.

 Outro palestrante convidado foi o psicólogo Francisco Sérgio Cirilo. Para ele, “falar de liderança e motivação é falar da mesma coisa”. Para ele, “não existe ninguém racional; somos pura emoção”, o que dá margem para que um ambiente motivador também seja pautado pelo o que as pessoas sentem.

O psicólogo defende que dinheiro, quando se fala de motivação, é importante, embora não seja tudo. “Dinheiro é necessário, mas não é suficiente”, assegurou.