O Sistema de cohousing, seus modelos e as alternativas arquitetônicas foram os temas da arquiteta Laura Fitch, da Fitch Architecture & Community Design, durante o I Fórum Moradia para a Longevidade – realização conjunta de Secovi-SP, jornal O Estado de S. Paulo e Immaginare.
De acordo com a palestrante, uma mudança cultural propiciou a eclosão dessa modalidade de moradia, atraindo famílias jovens, pais solteiros, profissionais que moram sós, estudantes e pessoas nascidas nas décadas de 1950 e 1960. “Os baby boomers querem desenhar suas próprias soluções para envelhecer com dignidade. Muitos acabam optando por conhecer mais pessoas, conviver mais e compartilhar soluções e recursos”, disse a arquiteta.
Os imóveis destinados a esse uso, geralmente, são constituídos por uma sala de estar; sala de jantar compartilhada, onde as refeições em grupo são feitas várias vezes por mês e preparadas pelos membros da comunidade de forma rotativa; sala multiusos (jogos, lazer, leitura); cozinha; sala de jogos infantis; quartos e espaço recreativo.
A maioria das comunidades são intergeracionais, contando de maneira mista com pessoas jovens e com com idosos. Nos últimos anos, entretanto, cresceu a fatia de imóveis voltada às necessidades dos mais velhos. “As unidades de cohousing são projetadas intencionalmente para as pessoas se sentirem acolhidas. Pessoas de mais idade sentem essa necessidade”, disse Laura. Adicionou que o potencial de conflitos é real, mas as políticas de resolução de impasses entre moradores, baseada no diálogo e na moderação, ajuda a mitigá-los.
Moradora de um empreendimento cohousing, Laura afirma que essa lógica de habitação se baseia no processo participativo dos moradores, facilidades disponíveis a todos os membros da comunidade, gestão completa do empreendimento, estrutura não hierárquica, entre outros.