O segmento de multipropriedades deve atingir um VGV (Valor Global de Vendas) nacional de imóveis de posse compartilhada de R$ 16,3 bilhões neste ano. Em 2017, o índice apontou um montante de R$ 11,1 bilhões em empreendimentos fracionados em lançamento, construção e em operação. Os dados fazem parte do Estudo “Cenário do desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil – 2018”, apresentado por Caio Calfat, vice-presidente de Assuntos Turísticos e Imobiliários do Secovi-SP, durante a 6ª edição do Adit Share, em Porto de Galinhas (PE), nos dias 18 e 19/6, considerado o principal evento do setor de propriedades compartilhadas no País.
Idealizado pela Caio Calfat Real Estate Consulting, o levantamento revela forte crescimento do número de imóveis fracionados e compartilhados desde o início do ano passado. A quantidade total saltou de 54 em 2017 para 80 até maio de 2018, um crescimento de 48%. O trabalho também identificou 18 novos projetos em 10 cidades, como Rio de Janeiro, Gramado, Balneário Camboriú e Fortaleza, que ainda não chegaram ao mercado. O estudo mostra, ainda, que o valor médio por fração neste ano está em R$ 48 mil, e a quantidade média de semanas partilhadas pelos usuários por empreendimento se situa em 2,8. “Atribuem-se a esse cenário o aumento do número de projetos em construção, que cresceu 73%, e a adesão de empreendimentos prontos, que adotaram o sistema de fracionamento”, acrescentou o vice-presidente do Secovi-SP durante a apresentação. “Com cerca de 330 participantes qualificados em Porto de Galinhas, a 6ª Edição do Adit Share mostrou em seus painéis que a indústria de Multipropriedades continua crescendo, agora mais amadurecida, em destinos turísticos por todo o País”, destacou após o evento.
Neste modelo de empreendimento, o imóvel – casa ou apartamento em um condomínio turístico ou resort -, é dividido em frações, que são vendidas para diferentes pessoas. De acordo com a quantidade de compradores, cada proprietário tem direito a um determinado número de semanas para uso do local. Existe ainda a possibilidade de os proprietários utilizarem o intercâmbio de férias, por meio de empresas especializadas, que atuam no mundo inteiro e conectam donos de multipropriedades nos principais destinos turísticos. Para ele, o crescimento do segmento deve continuar forte nos próximos anos. “As incorporadoras do mercado imobiliário convencional e as maiores redes hoteleiras passaram a se interessar por esse mercado. Com isso, cada vez mais empresas começam a planejar lançamentos dentro desse perfil”, afirmou.
Calfat foi um dos responsáveis pela criação do Grupo de Trabalho de Multipropriedades, montado na vice-presidência de Assuntos Turísticos e Imobiliários do Secovi-SP, e que desenvolveu conjuntamente o texto do Projeto de Lei (PLS 54/2017), que regulamentou o regime de multipropriedade na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado em 21/3, em caráter terminativo. O texto (PL 10.287/2018) também foi apreciado em audiência pública na Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados em 13/6 e, agora, seguirá para tramitação nas Comissões de Seguridade Social e Família; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania da Casa.
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