O painel “Intervenções urbanísticas em metrópoles mundiais e as oportunidades para o Brasil”, coordenado pelos Novos Empreendedores do Secovi-SP, encerrou na tarde do dia 2/9 a programação da Convenção Secovi 2015.
Com base nas missões realizadas nos últimos anos pelo NE, seis integrantes – a coordenadora-geral Carolina Rafaella Ferreira e os coordenadores adjuntos Diego Velletri, Helena Camargo, Roberta Bigucci e Rodrigo Borges Fonseca, além de Luiz Haddad – apresentaram suas impressões sobre modelos de intervenções urbanísticas feitas em diversas cidades do mundo. O integrante Henrique Aguilar foi o coordenador do painel.
High Line Park – Carolina Ferreira falou sobre a visita realizada este ano ao High Line Park, em Nova Iorque, que fez parte do intercâmbio entre a Universidade Secovi e a Columbia University.
Shawn vai falar sobre o impacto que o parque suspenso construído sobre uma antiga linha de trem elevada, no lado Oeste de Manhattan, causou no seu entorno e as influências na cidade de Nova York.
“O High Line Park é um ótimo exemplo de projeto concretizado por meio do envolvimento da comunidade, que conquistou o apoio da administração da cidade, do setor privado e da opinião pública”, afirmou Carolina, citando dados que comprovam o sucesso do High Line, resultando na transformação do bairro e na valorização imobiliária.
Riverside Center – O grupo também falou sobre a visita ao Riverside Center. Rodrigo Fonseca destacou as principais características do empreendimento da incorporadora Larry Silvestein e comercialização da Corcoran Sunshine.
“São cinco edifícios de uso misto com 12 mil metros quadrados. Duas torres já estão em construção”, informou Fonseca, detalhando as unidades padrão e de interesse social, que têm entradas indepedentes.
“As unidades sociais foram construídas somente para locação com valores entre 833 dólares a 1.082 dólares por mês. O incorporador deve manter esses valores sociais entre 20 e 25 anos, conforme contrato firmado com a prefeitura”, destacou, adicionando que é o empreendedor faz a gestão com cuidados de conservação e manutenção do empreendimento, pois, depois deste período, poderá vender as unidades.
Segundo ele, os apartamentos são de destinados para pessoas que já vivem em Manhattan (50%); para pessoas com dificuldades de mobilidade (5%); para deficientes visuais ou auditivos (2%) e para os funcionários municipais (5%), com renda anual entre 30 e 50 mil dólares anuais. “Os não residentes em Nova Iorque poderão se inscrever, mas terão que aguardar”, salientou.
“O Plano Diretor de São Paulo prevê uma série de contrapartidas para habitação de interesse social e esse empreendimento é um ótimo exemplo para o empreendedor”, observou Fonseca. “Dois empreendimentos destiandos a públicos distintos podem conviver muito bem”, finalizou.
Colômbia – Em seguida, Helena Camargo destacou a visita a Colômbia, destacando a requalificação urbana e de transporte em Medellin, traçando um paralelo com alguns cidades brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro.
Eles contaram que a primeira parada do grupo foi Medellín, que passou por muitas mudanças nos últimos 20 anos, especialmente no que diz respeito à violência urbana. A taxa de homicídios, por exemplo, caiu quase 80% entre 1991 e 2010.
A cidade passou por reformas estruturais, como construção de bibliotecas, parques e escolas em vizinhanças mais pobres e o aumento dos transportes públicos (com destaque para o metrô e trens) ligando esses bairros ao centro comercial, o que aumenta a inclusão da população.
“São várias estações interligadas no morro”, adicionou Roberta, que também chamou a atenção para uma biblioteca. “É um espaço de convivência pública, de troca de experiências e ideias”, destacou.
Carolina chamou a atenção para o fato de “o Metrocable ter mudado a vida das pessoas. Mesmo tendo problemas ainda com as facções criminosas, a população cuida do equipamento”, afirmou. Elas também salientaram a importância da interligação entre os morros e da transformação das vias públicas.
Panamá – A reurbanização de Casco Viejo, na cidade do Panamá, foi o tema abordado pelo advogado Luiz Haddad, focalizando os incentivos fiscais em áreas degradadas e comparando com algumas oportunidades no Brasil como Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, e centro histórico de Santos.