ABolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) vai criar um índice específicopara medir o desempenho das ações ligadas ao setor imobiliário. Ainformação foi dada pelo presidente da BM&F, Manoel Felix Cintra Neto,que esteve no Secovi-SP na última segunda-feira (5/5), a convite do NE -Novos Empreendedores, para ministrar a palestra “A Importância dosMercados Financeiro e de Capitais para o Setor Imobiliário?.
Segundo ele, a consulta pública para definir oscritérios de composição do indicador já foi iniciada. “Queremos ouvir asempresas o mercado para saber como vamos definir esse índice, que seráde acordo com o que o mercado quiser”, afirmou Manoel Felix.
Ele explicou que ao invés de vender uma ação específicade uma construtora, por exemplo, poderá ser vendido o índiceimobiliário. “Isso evita que o preço de mercado seja prejudicado. Damesma forma, o investidor pode investir no mercado de uma forma geral,comprando o índice”, exemplificou.
Investmentgrade – Manoel Felix também comentou o grau de investimentoalcançado pelo Brasil nesta semana. “Isso vai aumentar violentamente onúmero de investidores no Brasil”, comemorou o presidente da BM&F.
“Esse crescimento sustentado que o Brasil vive e odesenvolvimento dos mercados imobiliário e de capitais vieram paraficar. O investment grade começou com a estabilidade econômica em1994, continuou com a responsabilidade fiscal e monetária do atualgoverno e é isso que trouxe para este patamar que o País adquiriu”,opinou, acrescentando que “a partir de agora, os fundos de pensão virãoinvestir no Brasil e é muito dinheiro que virá para cá.”
O economista acredita que “a melhor forma de reter a desvalorizaçãodo dólar e a valorização do real é o ajuste fiscal. O Brasil ainda estácom uma capacidade de poupança ainda muito pequena, suprida por capitaisexternos.”
Para ele, o Brasil precisa desenvolver acapacidade de poupança interna de forma natural e não através de jurosaltos. “Um país que éinvestment grade não era mais para pagarjuros tão elevados. O setor público, que deveria ser o maior gerador depoupança, gasta mais que deveria gastar. Ou seja, isso só vai ajustar-secom uma política fiscal mais responsável, em que se gaste menos edemande menos capitais. Aí, a taxa de câmbio entra nos eixos”, avaliou.
Unificação – Felix também falou sobre aintegração da Bovespa e BM&F, que resultará na criação de uma dasmaiores bolsas do mundo, com serviços totalmente integrados e apta aoferecer aos investidores uma ampla gama de classes de ativos. De acordocom informações do presidente da BM&F, com a fusão dessas duas bolsasteremos um grande centro de liquidez e a Nova Bolsa será a terceiramaior bolsa do mundo.
“A Nova Bolsa vai trazerinvestimentos para o Brasil. Com a credibilidade, o volume e a liquidezdessa bolsa, nós poderemos ter investidores internacionais operandoaqui, ao invés de Nova Iorque, por exemplo. Poderemos ter empresasinternacionais, especialmente da América Latina (argentinas, peruanas,chilenas, mexicanas), abrindo capital no Brasil; além de empresaseuropéias e asiáticas. Acima de tudo, teremos grandes fundos de pensão -como já temos hoje em escala menor – e grandes poupadores internacionaisda Europa, Ásia, e América do Norte, investindo diretamente nessa bolsa,pois teremos um volume de liquidez e segurança bem maior.”
Para enviar comentários e sugestões para o novo Índice Imobiliário,acesse o site da Bovespa até o dia 2 de junho.