Quando o assunto é a construção civil, o padrão de qualidade é o principal pilar de sustentação. Seguir as dicas e as normas de profissionais da área é o primeiro passo para que as edificações sejam construídas de forma adequada e segura. O Secovi-SP (Sindicato da Habitação) ressalta que o desempenho das estruturas dos edifícios deve assegurar  uma vida útil adequada e com segurança a todos os usuários de imóveis. Para que isto seja possível, o investimento em projetos que cumpram normas técnicas e, portanto, apresentem qualidade, é muito importante. Por isso, há a necessidade de se seguir os padrões determinados pelos órgãos competentes no assunto, especialmente a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Diante desse cenário, a ABNT publicou a Norma de Desempenho NBR 15.575, que tem como objetivo estabelecer um nível mínimo de desempenho para os empreendimentos, de tal forma a atender as expectativas dos usuários, entre elas garantir ainda mais a segurança das edificações. De acordo com tal norma, todos os imóveis residenciais que forem construídos a partir de julho deste ano deverão seguir níveis mínimos de desempenho para a construção civil. Foram estabelecidos requisitos e critérios de desempenho para vários sistemas que compõem as edificações e, um deles estabelece que os projetos devam conceber as estruturas para uma vida útil potencial mínima de 50 anos. Já os projetos que estabelecerem níveis de desempenho para as estruturas classificados como “intermediários“ e “superiores” deverão atender, no mínimo, a 63 e 75 anos de vida útil, respectivamente. O intuito é trazer para a agenda dos projetistas a questão da vida útil e durabilidade no momento da concepção dos projetos, que é a única forma de evoluir neste quesito.

O diretor de Construção e Incorporação da Regional Secovi em Campinas, Gustavo Barreto, defende que os novos padrões de qualidade para a construção civil vão ao encontro dos principais temas que vêm sendo muito debatidos nos últimos anos, como a segurança e o conforto dos usuários. “Seguir as regras impostas pelos órgãos competentes é mais do que uma obrigação, é garantir o bom desempenho de todo o projeto e, consequentemente, a construção correta e responsável de um empreendimento”.

O Sindicato da Habitação destaca ainda que o aquecimento da construção civil gera boas oportunidades, principalmente em termos de melhorias e desenvolvimento no setor. “Sem dúvida, o desafio está em unir o aquecimento desse mercado com os melhores benefícios que isso possa oferecer. Além de ter uma perspectiva favorável de crescimento no ramo, temos que incentivar as melhores práticas de desempenho na construção de cada obra”, conclui Barreto.

Confira abaixo os fatores definidos pela Norma de Desempenho NBR 15.575 da ABNT, que divide o imóvel em cinco sistemas diferentes:

Estrutura
A norma estabelece quais os critérios de estabilidade e resistência do imóvel, inclusive com métodos para medir que tipos de impactos a estrutura pode receber sem apresentar falhas que possam comprometê-la.

Sistemas hidrossanitários
A norma estabelece níveis para diversos requisitos de desempenho, dentre eles acústica e resistência a vibrações, de tal forma que a interação entre estes sistemas e a estrutura e as vedações dos edifícios não causem patologias.

Pisos
Os mesmos devem suportar a força de certos impactos especificados e manter níveis seguros contra escorregamento, para evitar acidentes domésticos.

Vedações
Paredes externas e internas devem garantir a estanqueidade, atenuação acústica contra ruídos externos e um nível adequado de desempenho térmico. A norma apresenta os níveis internos de temperaturas aceitáveis de acordo com cada região climática brasileira.

Coberturas
O pé-direito mínimo de um imóvel deve ser de 2,5 metros de altura, com variações em banheiros e corredores. A norma estabelece quais as cargas que a cobertura deve resistir e o seu padrão de resistência ao fogo.