A pandemia trouxe muitas transformações e proporcionou diversos ensinamentos, pessoais e profissionais. Fato irrefutável, no âmbito dos negócios, é que nenhum setor ou segmento econômico será mais o mesmo.
No mercado imobiliário, a área de locação, marcada por períodos de altos e baixos, serve para ilustrar a mudança de comportamento ocorrida nos últimos dois anos.
Os imóveis comerciais, por exemplo, foram os mais afetados em razão do longo do distanciamento social. Um período difícil, com a maioria das atividades suspensas e o IGP-M registrando altas consecutivas. Por um lado, os inquilinos não tinham como tocar seu negócio, ficando, portanto, sem recursos suficientes para cumprir seus compromissos, incluindo o aluguel. Por outro lado, o valor do aluguel para alguns proprietários representa a única fonte de renda ou serve para complementá-la. Muitos se viram obrigados a renegociar, suspender e até mesmo romper contratos.
Este quadro mudou de maneira gradativa. A expectativa de que a demanda aumentaria conforme ocorresse um abrandamento das restrições se confirmou e, em São José do Rio Preto, o desempenho desse nicho tem sido surpreendente.
Considerando o novo momento do comércio, temos vislumbrado boas perspectivas e muitas oportunidades. As prospecções continuam em ritmo acelerado, a fim de atender os interesses dos comerciantes, que variam bastante conforme a área de atuação e o porte da empresa.
Até bem pouco tempo atrás, grande parte da demanda se concentrava em imóveis com localização privilegiada. Porém, fatores relevantes como a alteração do Plano Diretor, a entrega da duplicação da rodovia BR-153 e a evolução das obras do anel viário influenciaram o surgimento de novos produtos em locais pouco explorados da cidade, apontando um rumo diferente e novas possibilidades.
A locação de salas comerciais, segmento que vinha registrando vacância, hoje apresenta alta demanda e baixa oferta, principalmente em prédios novos e com estrutura modernas. Este movimento significa a retomada de um mercado há algum tempo ‘adormecido’.
A locação de salas comerciais, segmento que vinha registrando vacância, hoje apresenta alta demanda e baixa oferta, principalmente em prédios novos e com estruturas modernas
Assim, nem sempre é fácil encontrar o tipo de imóvel para locação nos parâmetros desejados, já que o estoque de determinados produtos vem sendo consumido em maior velocidade – algo que já era possível observar em novembro do ano passado.
De maneira geral, a retomada da atividade econômica com força total refletiu em um substancial aumento no número de contratos de locação assinados na cidade.
Nota-se que diversas empresas estão mudando de endereço, com o objetivo de adequar seus espaços à nova dinâmica introduzida pelo trabalho remoto, por meio de revezamento entre as equipes. Além disso, o mercado de locação de imóveis residenciais voltado ao público estudantil continua com a demanda aquecida mesmo fora dos tradicionais períodos de pico.
Para quem não conseguia enxergar sequer um raio de sol no fim do túnel durante o período mais crítico da crise sanitária, ver a situação voltando ao normal é gratificante. Há muito a comemorar, neste e em todos os outros segmentos do nosso mercado. Importante registrar o significativo avanço obtido com a campanha de imunização da população, bem como o maior preparo das autoridades públicas e privadas de saúde para enfrentar e combater essa doença. Mas não podemos perder de vista que a pandemia ainda é uma realidade.
Thiago Ribeiro é diretor regional do Secovi-SP em São José do Rio Preto