A expectativa dos investidores é de muitas vendas de apartamentos residenciais na 2º edição da Sisp2007 – Salão Imobiliário São Paulo, de 27 a 30 de setembro, no Anhembi. O evento poderá atrair 50 mil visitantes e gerar até R$ 5 bilhões em investimentos, diz Ricardo Matrone, diretor da Reed Exibitions em joint venture com a Alcântara Machado, campeã no mercado de feiras no País. No ano passado, com um número menor de parceiros, o primeiro salão da SISP recebeu quase 32 mil visitantes.

Mais de 200 empresas se inscreveram e as principais incorporadoras, seguradoras, bancos e construtoras já garantiram o seu espaço. Primeiro os organizadores encomendaram 5 mil m2, depois 11 mil2, agora já estão nos 16 mil2, resultado da procura. Ricardo Matrone diz que o mercado publicitário das incorporadoras logo será equiparado com os grandes anunciantes cervejeiros.

Agora, com a nova lei da cidade limpa do prefeito Gilberto Kassab, sem os outdoors, os anúncios vão migrar com maior volume para outras mídias, como rádio, TV, jornais, internet e feiras como oportunidade de empreendimentos. Matrone conhece: afinal, a Reed Exibitions Brasil é uma empresa do grupo britânico Reed Elsevier Pla, líder mundial na área de informação empresarial, com mais de 460 eventos anuais em 38 países e que aproxima mais de 90 mil clientes expositores do mundo inteiro todos os anos. Além do Brasil, com a Alcântara Machado, a Reed Exibitions faz novas parcerias com empresas na Rússia, China e Índia, os gigantes da vez.

Na feira da Espanha, realizada no fim de maio, o Sima – Salón Inmobiliário de Madrid, na sua 8º edição e num espaço de 52 mil m2, o Brasil participou com SISPImtur, segmento imobiliário de turismo Norte e Nordeste do Brasil. Lá estiveram a Incorporadora Cyrela Brazil Realty, além de outros brasileiros como Reta Atlântico, Lê Terrace, Optium-BR, Sanca e Taguaíba, Construtora Delphi, Construtora Construgar, Josinha Pacheco, Adit (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste), Cofeci (Conselho Federal dos Corretores de Imóveis). O estande brasileiro ficou localizado estrategicamente no pavilhão internacional e teve apoio do Secovi-SP, FIABCI-Brasil, Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil, Ministério das Relações Exteriores, Embratur, TV Record na Espanha, Revista Brasil-Espanha, entre outros.

Os espanhóis e os portugueses adoram o nosso turismo imobiliário, diz Matrone, e já estão investindo na sua segunda residência no Norte e Nordeste brasileiro. É grande o interesse estrangeiro em investir em empreendimentos no Brasil. O Ministério do Turismo calcula que grupos internacionais estão investindo R$ 3,6 bilhões em 140 novos meios de hospedagem no País. Os dados do BC reforçam este interesse: no ano passado os investimentos estrangeiros diretos (IED) em construção de hotéis e condomínios somaram cerca de R$ 2,8 bilhões, valor superior ao verificado nos cinco anos anteriores e 372,72% maiores que o de 2005. Em 2008 a presença dos brasileiros vai ser muito mais expressiva, diz Ricardo Matrone.

Visibilidade maior

No primeiro salão, a SISP 2006 iniciou a feira mais institucional, “mas logo mudamos o formato ao ver a enorme procura para a venda de imóveis no Anhembi”, conta Matrone. Foram 32 mil interessados no mercado imobiliário e o visitante em potencial foi de classe média e de renda mais baixa, além dos investidores à procura de bons negócios. Este ano haverá grandes focos, um para classe média alta e A, e novidades em parcerias para a classe C e D, a partir de imóveis de R$ 45 mil, os imóveis econômicos.

Participarão do evento incorporadoras e construtoras como Tenda, Rodobens Incorporações, Garden, Cyrela Brazil Realty, Rossi Residencial, Itaplan Imóveis, Fernandez Mera, Company Empres. Imobs S/A Ltda, Camargo Correa, Gafisa, Garden, Odebrecht, Lindencorp, Abyara, Agra e outras. E entre os financiadores estarão Bradesco, Itaú, Santander, Real, CityBank, Nossa Caixa, Unibanco, HSBC, Caixa Econômica Federal. Parceiros para a vida, diz Matrone, pois os clientes que compram imóveis passarão de 15 a 30 anos em relacionamento com as financiadoras, que possuem outros serviços, como seguro de vida, residencial, capitalização, etc.

O Brasil tem um grande potencial para investimentos no setor imobiliário. Por isso, na 3º edição do SISP2008, 10% do salão serão internacionais, com empresas dos Estados Unidos, Espanha, entre outros. Os tempos mudaram, diz Matrone, “principalmente de 2000 para cá, porque antes quase ninguém queria emprestar para o mercado imobiliário. A Caixa abria de vez em quando”. Agora a legislação mudou, os bancos estão financiando, há investimentos do capital estrangeiro. Para Matrone, que morava na Vila Mariana, nos últimos quinze anos quase não se viu empreendimentos por lá: “Agora eles estão voltando, assim como na Vila Clementino, Mooca, Campo Belo. E com a revitalização do centro da cidade, há residencial com garagem até na praça da República!”

A diferença entre o Salão de Imóveis e o Feirão da Caixa é o foco, segundo Matrone: “O Caixa é só dela, para imóveis de 45 mil reais e muitos deles são devolvidos porque o mutuário não pagou”. O Salão de Imóveis “é do mercado imobiliário, e a CEF também participa. São imóveis vendidos a partir de 60 mil até 2 milhões ou mais. É para todos os bancos, incorporadoras e mais de 200 empresas com diferentes produtos e taxas”.