palestraCoordenado por Omar Anauate, diretor de condomínios da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic), o painel “Panorama da Administração Condominial” contou com palestras de Simone Camargo, vice-presidente de Condomínios do Secovi-RS, e Débora Mendonça, presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi).

Anauate focalizou as novas tecnologias e serviços especializados que estão influenciando o segmento, destacando a mudança do perfil do condômino, que quer mais interatividade, automação e ferramentas com soluções práticas e efetivas. Citou alguns aplicativos como os de locação de curto prazo, de contabilidade, de cálculo de custos, entre outros.

“Não sabemos como será o mercado daqui dois, cinco ou dez anos. A tecnologia já está integrada nas relações com o consumidor”, disse, mencionando, entre outras plataformas digitais, moedas digitais, internet das coisas, pagamento online, comunicação visual e instantânea, realidade virtual, economia e consumo compartilhado. “As administradoras ainda não estão aproveitando esse movimento. Precisamos correr atrás, porque o tempo urge”, aconselhou Anauate.

Pesquisa com síndicos – Simone Camargo apresentou uma pesquisa realizada pelo Secovi-RS com 238 síndicos, mostrando que a maioria deles tem mais de 50 anos. “Será que essas tecnologias que hoje parecem interessantes serão para essas pessoas?”, indagou Simone. “Existem condôminos que nos cobram mais tecnologia. Mas, ao mesmo tempo, as pessoas que estão administrando os condomínios não têm familiaridade com isso. Existe esse paradoxo.”

Ela informou que 91% dos condomínios contam com a assessoria de uma administradora e 73% deles pediram mais agilidade das administradoras. “E também que os extratos sejam mais claros e transparentes”, destacou, chamando a atenção para a falta de fidelidade do cliente. “Muda o síndico e, muitas vezes, ele troca a administradora, demite funcionários, revê contratos, entre outras medidas.”

Simone disse ainda que, no Rio Grande do Sul, não existe carência de profissionais para os condomínios. “Apesar do aumento da 43% na quantidade de condomínios no Estado nos últimos nove anos, houve redução de 1,8% no número de funcionários em determinados cargos e função indeterminada.”

A maioria dos síndicos, informou a dirigente, utiliza itens tecnológicos nos prédios, como câmeras, sensores de presença, entre outros. Os temas de maior interesse, apontados pelos síndicos, são manutenção (78%), legislação (65%) e comportamento (63%). Os principais problemas em condomínios estão relacionados a comportamento, segurança e inadimplência.

Desafios da gestão – A presidente da Abadi, Débora Mendonça, traçou um breve panorama da administração imobiliária do Rio de Janeiro. “Contamos com empresas consolidadas, que buscam constante aprimoramento e investem em tecnologia. Esse mercado tem um potencial muito grande”, avaliou Débora, comentando a importância da associação e do Secovi Rio na defesa, no fortalecimento e na valorização da atividade condominial no Estado.

As empresas do segmento vêm evoluindo, partindo de uma administração tradicional – administrativa e financeira – para uma gestão integrada, que agregue valor para que a administradora não seja um intermediário, com o papel de pagar e receber contas. “Precisamos buscar ser provedores de soluções. A administradora precisa ir no condomínio para fazer um diagnóstico de necessidades e um plano de ação, ajudando de fato o síndico na gestão operacional, indicou Débora, informando que algumas administradoras do Rio também já estão assumindo a função de síndico.

Débora destacou ainda a importância de as empresas atenderem o novo perfil de síndico, mais jovem, ativo profissionalmente e imediatista, que busca antecipação de suas necessidades. “Temos diversos tipos de clientes e precisamos de profissionais na equipe que possam dar conta desta relação complexa e contemplar as demandas diferenciadas. Esse é um dos principais desafios da gestão condominial”, afirmou, salientando a importância do treinamento e da preparação da equipe.

Ao falar sobre qualidade e melhoria dos processos, Débora mencionou a criação do Programa de Autorregulamentação da Atividade de Administração Condominial (Procondo), lançado há um ano e que já conta com diversas administradoras, que atendem 10 mil condomínios no Rio de Janeiro.

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