A redução do tamanho do Estado é o caminho para que grande parte dos descalabros éticos, com reflexos inevitáveis na economia e na política, sejam minorados. A avaliação é do jornalista político Reinaldo Azevedo, comentarista e âncora da rádio Jovem Pan, blogueiro de Veja e colunista da Folha de S.Paulo, que palestrou na tarde de 5/11 no Encontro das Administradoras de Condomínios (Enacon), promovido pelo Secovi-SP em sua sede.

“O PT teve oportunidade de mudar a questão do patrimonialismo no Brasil, mas não fez nada disso. Pelo contrário, se juntou ao que nossa política tem de pior, como Sarney, Collor, Maluf e Jader Barbalho”, sustentou. Disse, ainda, que só foi possível o partido usar a Petrobras como máquina em favor dos próprios interesses em razão das brechas proporcionadas pelo tamanho do Estado. “Hoje, ninguém consegue explorar petróleo no Brasil sem que a Petrobras entre com 30% de participação”, exemplificou.

O jornalista ainda discorreu sobre a hipótese de impeachment de Dilma (“está mais distante”), de cassação de Eduardo Cunha (“acho que ele será cassado”) e o desempenho dos governos Lula e Dilma. “O PT se tornou o caminho mais distante entre um ponto e este mesmo ponto”, defendeu.

Explicou que, até 2017, 3,6 milhões de pessoas deverão sair da classe média e voltar às classes D e E. Este é exatamente o mesmo número de pessoas que, no governo Lula, até 2005, saiu da pobreza para entrar na classe média. Ressaltou, ainda, o rombo nas contas públicas, que neste ano deve girar em torno de R$ 120 bilhões de déficit; o uso da Petrobras como ‘máquina partidária’ e o gigantismo do Estado brasileiro, que, segundo o jornalista, foi acentuado nos últimos 13 anos.

Além disso, Azevedo vê uma mudança de postura por parte do povo brasileiro (“aquele que trabalha e vive do próprio suor”). “Isso deve deslocar o eixo político para o centro, mais conservador.”