CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO

 

Quarta-feira, 10 de julho de 2013. 

Katia Kazedani

 

Mobilidade urbana e falta de áreas verdes foram apontadas pelos moradores dos seis distritos pertencentes à subprefeitura da Mooca — Mooca, Belém, Água Rasa, Tatuapé, Pari e Brás —, Zona Leste de São Paulo, como as principais demandas da capital paulista. Os problemas foram indicados pela população durante oficina realizada neste sábado (6/7) para debater a revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade.

As melhorias de mobilidade, segundo os participantes, vão desde a modernização nas vias até a conservação das calçadas. A dona de casa Marilene Alves mora na região da Mooca há mais de 40 anos e conhece muitas pessoas que já sofreram quedas andando no bairro. “Amigos meus já quebraram perna e braço porque tinham desníveis nas vias. É um absurdo”, lembrou Marilene, que recentemente passou pelo mesmo problema: “Faz mais ou menos um mês que caí porque tinha uma parte mais baixa na calçada e eu não vi. Tive até que ir ao médico e estou tendo que acompanhar, porque ainda estou andando com dificuldades”.

O empresário Rogério Yamauchi ressaltou a necessidade de uma nova legislação para que o sistema viário na região mude. Segundo ele, a Zona Leste tem se desenvolvido e as ruas não acompanham. “Os semáforos não são sincronizados, faltam faixas de pedestres, ruas que precisariam ser mão dupla e não são, faltam estacionamentos, ou seja, precisamos de uma legislação moderna para as ruas”, afirmou.

O subprefeito da Mooca, Francisco Carlos Ricardo, concorda com os apontamentos feitos na oficina. “A região está consolidada e precisamos buscar um equilíbrio. Apesar de sermos bem servidos de transporte público, com metrô e trens, a Mooca é uma área de passagem para diversas pessoas, porque é próxima ao centro. Por isso, devemos priorizar também os corredores de ônibus para dar mais agilidade ao tráfego”, disse.  O subprefeito ainda ressaltou a importância de se discutir o Plano Diretor. “Estamos pensando na cidade como um todo e nas ações que podem ser feitas para que ela seja cada vez melhor”, acrescentou.

 

Desenvolvimento

O desenvolvimento da Zona Leste fez com que a área se tornasse atrativa para o setor imobiliário. No entanto, segundo os participantes da oficina, deveria haver uma regularização dessas novas construções. A funcionária pública Déborah Annunziatta vive no Parque São Jorge e, de acordo com ela, as obras são executadas sem planejamento. “O desenvolvimento tem sido tão rápido que antes eu conseguia ver até áreas verdes afastadas da minha casa e as antenas da Paulista. Hoje, abro a janela e vejo apenas prédios. Acho importante as novas construções, mas precisamos de um crescimento organizado e planejado”, disse.

O diretor da distrital Mooca na Associação Comercial de São Paulo, Francisco Antônio Parisi, afirmou que as áreas verdes deveriam ser priorizadas no novo Plano Diretor. “Não temos quase nada de verde aqui na nossa região e elas são muito importantes, até mesmo para ajudar a permeabilizar o solo e evitar as inundações”, ressaltou.

 

Habitação

A regularização dos terrenos no Tatuapé também foi observada pelos moradores como um ponto que deve ser priorizado na revisão do Plano Diretor. A irregularidade, segundo Sigildes Bacelar, presidente da Associação Piratininga dos Bairros Afins, impede que muitas pessoas tenham acesso a esgoto e luz. “É preciso investir também em moradias de interesse social”, completou.

 

(10/7/2013 11h15)

 

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo

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