CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO

 

 

Segunda-feira, 17 de junho de 2013. 

 

Habitação e transporte público são os principais gargalos da capital paulista, de acordo com os moradores das regiões de Pirituba e Jaraguá, noroeste de São Paulo. Os dois problemas foram apresentados pela população durante oficina realizada neste sábado (15) para discutir a revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade.

 

Morador de Jaraguá há 15 anos, o gráfico Cícero Leite, relator de um dos seis grupos de discussão do PDE, afirmou que a maioria das pessoas que vive na região paga aluguel. “Precisamos de moradias populares porque não temos condições de comprar um imóvel novo”, disse.

 

O subprefeito de Pirituba, Carlos Eduardo Silva Diethelm, concordou com as principais demandas apresentadas pela população. “Uma das sugestões que apresentaremos ao prefeito, Fernando Haddad, será para que os empreendimentos que estão sendo construídos na região destinem parte dos apartamentos para moradia de interesse social, seja por meio de abatimento de impostos ou permitindo que os prédios possam ser um pouco mais alto”, adiantou.

 

 

Caminhada de 40 minutos até o ponto de ônibus

O transporte também é motivo de insatisfação para quem vive em Pirituba e Jaraguá. A doméstica Sônia Regina, por exemplo, precisa andar cerca de 40 minutos até o ponto de ônibus. “Não tem muitos pontos de ônibus na nossa região e quando eles passam sempre estão lotados, raramente conseguimos entrar no primeiro veículo que passa”, reclamou Sônia, que gasta diariamente seis horas para ir e voltar do trabalho.

A auxiliar de produção Herminione Aparecida Irineu também concorda que é necessário que o transporte seja priorizado no novo Plano Diretor. “Espero que façam mais corredores de ônibus e ciclovias e que priorizem a integração dos diferentes tipos de condução”, sugeriu Herminione. Ela ainda acrescentou que a região é carente de hospitais públicos.

O subprefeito da Lapa, Ricardo Pradas, morador do Jaraguá desde 2004, também afirmou que a mobilidade urbana precisa ser revista. “Acredito que se trouxerem o desenvolvimento para a nossa região, consequentemente o trânsito melhorará, já que as pessoas terão emprego próximo as suas casas e não precisarão se deslocar”, disse.

O vereador Nabil Bonduki (PT) participou do encontro e considerou produtiva a oficina. “Tivemos propostas muito boas e de qualidade e isso será fundamental para a construção do Plano Diretor, que está sendo feito de maneira coletiva e isso fará com que ele tenha muita qualidade”, sinalizou.

 

Expo 2020

A capital paulista é uma das candidatas para receber a Exposição Universal de 2020 e, caso o Brasil seja o escolhido, o evento será realizado no “Piritubão”. O centro de eventos, que ocupará uma área de mais de cinco milhões de metros quadrados na região, além de receber a Expo 2020, teria os espaços transformados em equipamentos públicos de educação, saúde, cultura, lazer, esporte e comércio.

A construção do Piritubão é vista pela população e representantes do Executivo e Legislativo como boa, no entanto, todos os impactos devem ser bem avaliados. “Será um grande empreendimento para a região, com característica para o desenvolvimento econômico, no entanto, o processo deve ser visto com cuidado para que não haja impactos negativos”, destacou Bonduki, que sinalizou para as desapropriações que serão necessárias para a construção do centro de eventos.

O diretor do Departamento do Uso do Solo da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Daniel Todtmann Montandon, também destacou a necessidade de se discutir bem a Expo 2020. “Vamos debater bastante o projeto para ver a melhor maneira desse empreendimento interagir com a região”, afirmou.

 

(17/6/2013 – 10h57)

 

 

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo

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