Amary: momento para compra de imóveis é agora

As perspectivas para a economia brasileira são boas, conquanto ainda tenhamos que conviver com  os “restos a pagar” – e são muitos! – do governo anterior. Depois de o País atravessar dois anos consecutivos de expressivas quedas do PIB (-3,6% em 2016 e -3,5% em 2015), finalmente, veem-se sinais de recuperação, ainda que tímidos.

A avaliação foi da jornalista Denise Campos de Toledo, comentarista de economia da rádio Jovem Pan e da TV Gazeta, em reunião da vice-presidência de Intermediação Imobiliária e Marketing, em conjunto com a Rede Imobiliária Secovi, na noite de 27/3. De acordo com a jornalista, ainda que o crescimento previsto para este ano, entre 0,5% e 1,5%, seja baixo, já se trata de uma perspectiva positiva. Para ela, conforme se conseguir engatilhar as reformas necessárias para colocar a economia nos trilhos, o capital estrangeiro se sentirá mais confiante para investir no Brasil.

No tocante ao mercado interno, Denise destacou a série de indicadores que sofreram uma inflexão recentemente. Inflação em queda, com previsão de fechar o ano em 4,3% – abaixo do teto estipulado pelo Banco Central –, Selic podendo encerrar 2017 abaixo da casa dos dois dígitos e juros reduzidos constituem o cenário ideal para que o consumidor, na outra ponta da equação, beneficie-se, ganhando condições para reduzir o endividamento e voltar a consumir, por exemplo.

Para ela, a instabilidade política provocada pela Lava Jato, o processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o risco de o governo ceder demais nas negociações pelas aprovações das reformas, cenário internacional (como juros nos Estados Unidos) e possibilidade de o Congresso Nacional não aprovar as medidas propostas por Michel Temer são os riscos mais imediatos à retomada do crescimento.

Fatores positivos – Flávio Prando, vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing do Secovi-SP, ressaltou três aspectos que animam os empreendedores do setor, ainda que o cenário seja de crise. O primeiro deles é a demanda habitacional, que, conforme estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é de 1,5 milhão de domicílios por ano até 2025 para atender ao crescimento vegetativo da população. Segundo, que os preços estão favoráveis ao comprador; e, por último, o crédito imobiliário, que pode voltar a ficar atraente, considerando uma taxa Selic em torno de 9% até o fim do ano.

“A crise não afetou a todos da mesma forma. Muita gente atravessou esse período com emprego, com bons salários. Acredito que, se as pessoas se sentirem seguras para comprar imóvel, vão comprar, sim. Ter imóvel e ter carro são os grandes sonhos do brasileiro”, emendou a jornalista. “Se diminuir o desemprego, poderemos ver uma demanda reprimida por imóvel ir às compras. As condições estão dadas.”

“Esse momento bom para comprar imóvel com preço baixo está chegando ao fim. Daqui a pouco, as pessoas vão voltar a comprar e, como as incorporadoras não lançaram empreendimentos na mesma intensidade de antes, não haverá apartamento para suprir essa demanda”, disse Flavio Amary, presidente do Secovi-SP, ao explicar as razões pelas quais os preços de apartamentos novos podem subir em um futuro próximo.