Secovi-SP aposta em recuperação em 2018

Hoje, 14/12, o Secovi-SP (Sindicato da Habitação) divulgou a Pesquisa do Mercado Imobiliário do mês de outubro em coletiva de imprensa on-line, com participação de Celso Petrucci, economista-chefe da entidade.

Conforme apurado pela pesquisa, em outubro foram comercializadas 1.981 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo, representando um crescimento de 8,9% em relação às 1.819 unidades vendidas em setembro. Comparado ao volume de 1.507 unidades comercializadas em outubro de 2016, a alta foi de 31,5%.

No acumulado de janeiro a outubro, foram comercializadas 14.791 unidades, um aumento de 20,0% em comparação ao mesmo período de 2016, quando as vendas totalizaram 12.324 unidades.

Lançamentos – De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), foram lançadas 2.257 unidades residenciais em outubro, volume 0,2% superior ao resultado de setembro (2.252 unidades) e 20,8% abaixo dos lançamentos de outubro de 2016 (2.849 unidades).

No acumulado dos 10 meses do ano (janeiro a outubro), foram lançadas 13.724 unidades residenciais na capital paulista, 3,5% acima do registrado em igual período de 2016 (13.265 unidades).

Oferta – A capital paulista encerrou o mês de outubro com 18.817 unidades disponíveis para venda. Esta oferta é formada por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (novembro de 2014 a outubro de 2017). Houve redução de 1,8% em relação a setembro (19.169 unidades) e de 23,4% em comparação a outubro do ano passado (24.575 unidades).

Recuperação – A Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP vem registrando crescimento consistente nas vendas durante os últimos meses. No período de dez meses, somente janeiro, fevereiro e junho apresentaram resultados inferiores aos de 2016. “O indicador VSO (Venda Sobre Oferta) comprova esse bom desempenho. Nos últimos três meses, os índices foram superiores aos 6,6% da média do ano. Em agosto e setembro, o VSO foi de 8,7%, que subiu para 9,5% em outubro”, explica Celso Petrucci, economista-chefe do Sindicato da Habitação.

Para o vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing da entidade, Flávio Prando, o crescimento de 20,0% no acumulado das vendas do ano em comparação a igual período de 2016 pode estar atrelado a vários fatores, e um deles é a aderência da demanda aos produtos disponíveis para venda. “Também pode ser porque os preços estão adequados à renda dos consumidores, a confiança na condução da economia aumentou e o movimento de retomada do emprego está mais firme.”

No mês, predominaram os lançamentos de empreendimentos de 1 e de 2 dormitórios, produtos que atendem tanto o público de renda média como aquele que busca imóveis econômicos.

Outro indicador positivo foi o VGV (Valor Global de Vendas) de 22,5% no ano, que ficou acima do índice de unidades comercializadas (20,0%). Isso indica aumento do valor médio dos imóveis causado, em parte, pelas vendas de unidades em empreendimentos com áreas maiores e para consumidores de classe média alta.

Em 2015, 2016 e até o início deste ano, as incorporadoras preocuparam-se com o nível de unidades em oferta. Com o aumento das vendas e a queda no volume de imóveis em estoque, os empreendedores começam a desenvolver e a lançar novos produtos, tendo em vista o novo ciclo de crescimento do mercado que vem se desenhando.

“Persistem, ainda, entraves que precisam ser solucionados para viabilizar o crescimento da produção imobiliária, como ajustes na legislação urbanística da cidade de São Paulo, recursos e taxas adequadas para o financiamento imobiliário, e segurança jurídica, principalmente com relação aos distratos”, enfatiza o vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP, Emilio Kallas.

Mesmo diante de tantos desafios, as perspectivas para 2018 são positivas, porque os indicadores estão em melhora contínua, a inflação está controlada, a taxa básica de juros alcançou seu menor nível histórico e a geração de emprego começa a elevar. “No entanto, é preciso salientar que a manutenção desse ambiente macroeconômico favorável e a efetiva retomada do nosso setor – e de vários outros – dependem da aprovação das reformas estruturais, particularmente e com urgência da reforma da Previdência”, ressalta Flavio Amary, presidente do Sindicato da Habitação.

Confira os resultados completos da Pesquisa do Mercado Imobiliário, que traz dados da Capital e da Região Metropolitana de São Paulo.