A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) na cidade de São Paulo, continua registrando crescimento das vendas em relação a 2017. Em setembro, 1.943 unidades foram comercializadas, ante 1.819 unidades vendidas em igual mês do ano anterior – aumento de 6,8%. Contudo, quando comparado com as 2.581 unidades comercializadas em agosto, o resultado foi 24,7% inferior. No acumulado do ano (janeiro a setembro), foram contabilizadas 18.067 vendas, um aumento de 41,0% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando as vendas totalizaram 12.810 unidades.
A pesquisa de setembro apontou redução da participação percentual dos imóveis econômicos nas vendas da cidade de São Paulo. Foram comercializadas 416 unidades com esta tipologia, correspondendo a 21% do total do mês. “A participação foi de 34% em agosto, e a média do ano estava próxima dos 40%. Essa redução foi influenciada, principalmente, pelo esgotamento dos recursos da Caixa destinados ao financiamento de imóveis do Minha Casa, Minha Vida, e não pela falta de demanda ou aderência do produto ao mercado”, explica Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
“A manutenção de funding para o financiamento de imóveis do programa é de extrema importância, além de ser essencial na inclusão de famílias de mais baixa renda no mercado imobiliário formal”, completa Flávio Prando, vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing da entidade. Ele diz, ainda, que o desconto ou subsídio permite que o agente financeiro ofereça condições extremamente favoráveis para os adquirentes de baixa renda, trazendo para a formalidade milhares famílias sem condições econômicas de acessar um imóvel fora do programa.
Outro destaque do mês apontado pela pesquisa foi o desempenho dos imóveis de 3 dormitórios. Com 477 unidades comercializadas – o melhor desempenho do ano para esta tipologia –, o VSO (Vendas Sobre Oferta) dessas unidades foi de 12,7%, abaixo somente do VSO de imóveis de 1 dormitório (13,1%) e acima do VSO de 2 dormitórios, que ficou em 9,3%.
Lançamentos – De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou, em setembro, o total de 2.173 unidades residenciais lançadas, resultado 54,1% superior aos lançamentos de agosto (1.410 unidades) e 8,9% abaixo dos de setembro de 2017 (2.386 unidades).
Os lançamentos do ano continuam inferiores às vendas. No acumulado do período de janeiro a setembro, foram 14.280 unidades lançadas e 18.067 unidades vendidas. “Esse movimento leva à redução da oferta disponível para venda, gerando pressão nos preços dos imóveis, que podem ser reajustados. Além disso, o estoque de unidades tem registrado sucessivas quedas e já é menor do que a quantidade de imóveis vendidos no ano. Por isso, o melhor momento para comprar é agora”, recomenda Flavio Amary, presidente do Secovi-SP.
Além da necessidade de remanejar recursos para o financiamento de imóveis econômicos, o vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos da entidade, Emilio Kallas, reitera a preocupação dos empreendedores com a demora da calibragem da Lei de Zoneamento da capital. “A medida é indispensável, pois o lançamento de novos projetos já está se tornando inviável, potencializando ainda mais a redução da oferta.”
Contudo, os empresários acreditam em um cenário positivo para o próximo ano, com a definição no cenário eleitoral. “Percebemos a sinalização do novo presidente da República em tomar as medidas necessárias para a retomada do desenvolvimento da economia e do nosso setor. Estamos otimistas”, conclui Amary.
Oferta – A capital paulista encerrou o mês de setembro com a oferta de 16.707 unidades disponíveis para venda. Esta oferta é formada por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (outubro de 2015 a setembro de 2018). A oferta ficou praticamente estável em relação ao mês de agosto (16.692 unidades), mas retraiu 12,8% comparado a setembro de 2017 (19.169 unidades).
Confira a Pesquisa do Mercado Imobiliário completa, com resultados da Região Metropolitana de São Paulo.