De acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário da cidade de São Paulo do Secovi-SP, agosto manteve o bom desempenho apresentado ao longo do ano, com crescimento tanto nas vendas quanto nos lançamentos de imóveis residenciais novos em relação a julho. No mês, foram comercializadas 6.611 unidades.
Os imóveis que se destacaram em vendas no mês foram os de 2 dormitórios (62,8% do total), com área entre 30 m² e 45 m² (participação de 59,4%) e preços de até R$ 500 mil (82,3% de participação). Imóveis econômicos, enquadrados no programa Casa Verde e Amarela, responderam por 50,5% das vendas em unidades e participaram com 23,3% de VGV (Valor Global de Vendas).
No acumulado do ano, as 41.919 unidades comercializadas ficaram 51,9% acima do apurado entre janeiro e agosto de 2020, quando foram vendidas 27.588 unidades.
Novidades – Em lançamentos, foram registradas 7.749 unidades residenciais novas em agosto, um crescimento de 11,8% em relação a julho (6.934 unidades) e uma queda de 3,6% frente às 8.039 unidades lançadas no mesmo mês do ano passado.
De janeiro a agosto, na cidade de São Paulo, foram lançadas 41.797 unidades, alta de 106,5% em relação ao volume apurado no mesmo período do ano anterior. “Foi o segundo melhor resultado da série histórica para o mês de agosto”, ressalta o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, acrescentando que a zona Sul da cidade concentrou 42,1% dos lançamentos do mês (3.264 unidades). O destaque foi o distrito Campo Grande, com 890 unidades novas lançadas.
Perspectivas – Na análise do presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet, a aumento dos preços dos insumos para a construção é um problema relativamente superado pelo setor, já que há alguns meses esses reajustes têm estado alinhados com a inflação. “O mercado imobiliário sofreu com a elevação dos custos dos materiais de construção, mas agora, estamos acompanhando com atenção a inflação, que está próxima de dois dígitos. Entendemos que esse comportamento é um fenômeno mundial e que será por um período curto de tempo. Também, a boa governança do Banco Central nos faz acreditar que voltaremos à meta da inflação em breve, lembrando que para 2022 ela está definida em 3,5%, um índice mais rigoroso”, opina Jafet.
“Para o setor imobiliário, que atua em médio e longo prazo, é fundamental a previsibilidade, assim como para as famílias que assumem financiamentos de até 30 anos”, completa Jafet.
Por outro lado, apesar do viés de alta, os juros do financiamento imobiliário continuam em patamares baixos, o que tem contribuído para viabilizar a aquisição da casa própria, conforme assinala Petrucci.
Dados divulgados pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) apontam que, nos primeiros oito meses do ano, o montante financiado com recursos das cadernetas de poupança somou R$ 136,8 bilhões, correspondente a 589,4 mil unidades. “O volume é recorde da série histórica, em linha com o que mostram os dados da nossa pesquisa”, enfatiza Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.
Segundo Kallas, a demanda por imóveis na Capital é crescente e a produção de moradias tem de ser adequada para que haja o atendimento efetivo. “Equilibrar oferta e demanda, para manter o preço das unidades dentro das condições financeiras das famílias, tem sido o nosso maior desafio. A solução é tirar os entraves urbanísticos à atividade imobiliária, com a revisão do Plano Diretor Estratégico”, diz o vice-presidente.
A partir desta edição, a pesquisa Secovi-SP passa a incluir tabela com previsão de lançamentos e vendas em 2021. Para este ano, a expectativa é que sejam lançadas entre 70 mil e 72 mil unidades novas, uma variação de 17% a 20%, e que a comercialização fique entre 62 mil e 65 mil unidades – variação de 21% a 26%.