A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, apontou a comercialização de 1.606 unidades residenciais novas em agosto na cidade de São Paulo. Esse volume foi 54,1% superior ao do mês de julho, quando foram vendidas 1.042 unidades, mas não superou a quantidade de vendas do de agosto do ano passado, que registrou a comercialização de 1.797 unidades, uma variação negativa de 10,6%.
Os imóveis de 2 dormitórios continuaram a liderar as vendas, com 52,1% do total escoado no mês (836 unidades), seguidos pelos imóveis de 1 dormitório, com 26,2% (420 unidades), de 3 dormitórios, com 18,5% (297 unidades), e de 4 ou mais dormitórios, com 3,3% (53 unidades). As unidades de 1 e 2 dormitórios apresentaram preços de R$ 300 mil a R$ 400 mil, demonstrando a efetiva demanda para essas tipologias de imóveis.
A cidade de São Paulo encerrou o mês de agosto com 26.949 unidades disponíveis para venda, não registrando nenhuma variação significativa. A oferta disponível é composta por imóveis na planta, em construção e prontos, lançados nos últimos 36 meses (de setembro/2012 a agosto/2015).
RMSP – As 38 cidades da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) venderam 864 unidades em agosto – a queda foi de 7,9% em relação às vendas de julho (938 unidades) e de 14,5% diante do volume comercializado em igual mês de 2014 (1.010 unidades). Este é o segundo mês consecutivo de queda nas vendas das cidades do entorno da Capital.
Lançamentos – De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), em agosto foram lançadas 1.760 unidades residenciais na capital paulista (desconsiderando as cooperativas habitacionais). Comparando com os resultados de julho, houve um aumento de 113,3%, já que, neste mês, foram lançadas apenas 825 unidades. No entanto, em relação às 2.405 unidades de agosto de 2014, a variação foi de -26,8%.
Com 683 unidades, imóveis de 1 dormitório participaram com 38,8% do total de lançamentos, seguidos pelas unidades de 2 dormitórios, com 593 unidades (33,7%), de 3 dormitórios, com 370 unidades (21,0%) e de 4 ou mais dormitórios, com 114 unidades (6,5%).
RMSP – Em agosto, segundo a Embraesp, as demais cidades da RMSP lançaram 527 unidades -queda de 51,4% em relação a julho (1.085 unidades) e de 62,0% em relação a agosto de 2014 (1.387 unidades).
Venda sobre Oferta – Na Capital, o indicador VSO (Vendas sobre Oferta) de agosto ficou em 5,6%, índice que representa desempenho próximo à média do ano (janeiro a agosto), de 5,3%. O VSO de 8,0% das unidades de 2 dormitórios comprovou o bom desempenho desse segmento.
Já o VSO de 12 meses manteve-se estável, passando de 42,2% em janeiro, para 42,9% em agosto. “Esse resultado é bom, considerando-se que, na média, 40% de todos os empreendimentos lançados nos últimos doze meses foram vendidos”, avalia Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
Porém, o VSO das outras cidades da RMSP, considerando as vendas de 12 meses, fechou em 49,1% em agosto, percentual melhor do que o São Paulo.
Balanço – No acumulado do ano, foram lançadas 12.238 unidades e comercializadas 12.306 unidades. Apesar do equilíbrio, os números permanecem abaixo da capacidade de produção e absorção da cidade de São Paulo, pois a redução nos lançamentos foi de 20% em relação a 2014, e as vendas continuam em ritmo menor, gerando uma demanda reprimida.
“A redução dos lançamentos era esperada, por dois motivos: o novo Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo, com seus parâmetros muito restritivos à produção, e o significativo estoque atual gerado pela crise política e econômica. A partir do momento em que as vendas voltarem a crescer, essa oferta será absorvida e poderá gerar problemas futuros de oferta, caso não se resolvam os empecilhos do Plano Diretor”, opina Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Sindicato.
Para o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, em função do novo cenário econômico, com aprofundamento da crise, são necessárias medidas para mitigar os problemas enfrentados, possibilitando a retomada da produção, a geração de empregos e o consequente aumento de arrecadação pelo município. “Entre as medidas possíveis, estão a implantação temporária de um fator de redução no cálculo dos valores de outorga onerosa e também o pagamento parcelado desses valores”, ressalta o dirigente.
Outras medidas importantes para reativação do mercado passam pela readequação dos valores limites do programa Minha Casa, Minha Vida na cidade de São Paulo e região metropolitana, e a implantação das operações urbanas planejadas. “Porém, com parâmetros adequados ao mercado, principalmente no que diz respeito aos valores mínimos dos Cepacs”, completa Bernardes.
“A produção imobiliária é vital para uma cidade, seja na geração de empregos, movimentação da economia ou para atender as famílias que precisam de moradia. Os efeitos da redução já estão sendo percebidos e, se não houver nenhuma medida para a retomada da economia, esses problemas só tendem a piorar”, conclui Kallas.
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