Não resta dúvida quanto à fundamental importância dos programas Minha Casa, Minha Vida e Casa Verde Amarela para o Brasil. Ambos, em seus respectivos momentos, fizeram diferença na vida de milhões de brasileiros, constituindo-se em verdadeiras políticas públicas de Estado, não de governo, razão pela qual temos consistentes razões para acreditar que não apenas terão continuidade, como serão aprimorados na próxima gestão.

Em março de 2009, foi instituído o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Seus principais objetivos eram combater a falta de moradia entre a população de baixa renda – que não tinha condições de acesso ao crédito imobiliário – e estimular a atividade econômica.

O programa foi concebido como política anticíclica para combater os efeitos recessivos de uma crise econômica decorrente da crise financeira que eclodiu nos Estados Unidos, em 2008. Ao mesmo tempo, visava atender uma demanda de moradia das famílias de baixa renda. Apesar do crescimento da economia nos anos anteriores, essas famílias não tinham acesso ao mercado de crédito.

De maio de 2009 a dezembro de 2020, relatório da Secretaria Especial de Fazenda, Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia registra mais de 6 milhões de unidades habitacionais contratadas e mais de 5 milhões em entregues, que se distribuíram de forma não homogênea entre as regiões do País.

Porém, no caminho, problemas orçamentários e a necessidade de aprimoramento do programa provocaram uma redução na produção habitacional para as famílias com renda abaixo dos 3 salários mínimos. Nas faixas acima deste patamar o programa continuou operando de forma resiliente, apesar dos transtornos causados pela pandemia, o que podemos considerar um grande feito se levarmos em conta o surto inflacionário do momento.

Novo desenho

Com a sanção da Lei 14.118/21, o MCMV foi substituído pelo Programa Casa Verde e Amarela (CVA). Houve inovações, como criação de linhas de crédito para reformas de casas prontas, aumento dos valores totais dos imóveis que poderão ser financiados, financiamento da regularização fundiária urbana.

Todavia, os avanços não contemplaram o antigo Faixa 1 e atenderam parcialmente as rendas das outras faixas, quais sejam 2 e 3. Entidades do setor envidaram esforços para manter andamento de obras e efetuar novas contratações, valendo lembrar que as operações no programa, nas faixas de mercado (habitações econômicas) chegaram a representar mais de 50% dos lançamentos e das vendas de empreendimentos residenciais.

Elevação de subsídios, limites de teto e vários outros pontos foram objeto de tratativas com o governo, que se mostrou sensível à questão. Porém, ainda sem solução para o Faixa 1 por várias razões, incluindo medidas como auxílio emergencial durante a pandemia, que consumiu parcela considerável do orçamento público.

Segundo informações da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), desde 2019, o CVA entregou 1,4 milhão de moradias, beneficiando 5,8 milhões de pessoas com a casa própria e gerando, nos últimos quatro anos, cerca de 7,7 milhões de empregos diretos, indiretos e induzidos no Brasil.

Foi bastante, mas ainda falta muito Em termos quantitativos, MCMV e CVA somados são considerados um dos maiores programas habitacionais do planeta (se não o maior deles). Aliás, se hoje o Brasil amarga a falta de quase 8 milhões de moradias, o que equivale a pelo menos 32 milhões de brasileiros sem acesso a um lar digno, imagine-se qual seria a situação não fossem esses programas.

O País precisa não apenas da continuidade como do aprimoramento da política habitacional, priorizando os mais pobres. Uma política que considere não apenas o déficit quantitativo, como também a inadequação de moradias, além de dar o devido tratamento a questões como coabitação familiar e ônus excessivo do aluguel.

Com foco na solução, especialmente para as famílias menos favorecidas, apresentamos ao próximo governo propostas para fortalecer o acesso à moradia digna por meio da manutenção de subsídios para aquisição, complementando com uma política de incentivos para a construção de edifícios residenciais destinados à locação para pessoas de menor renda.

A complexa equação da falta de teto só pode ser resolvida com a utilização de múltiplas alternativas aplicadas com criatividade, engenhosidade e responsabilidade. As famílias pobres precisam de soluções. E estas também residem nos lotes populares urbanizados, no aproveitamento para fim habitacional de edifícios vazios ou subutilizados em antigos centros de grandes cidades como São Paulo, e na locação social.

E, vale reiterar, seja qual for a alternativa, é crucial preservar os recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) que, por lei, devem ser direcionados para habitação, infraestrutura e saneamento básico. É assim que vamos criar oportunidades para quem mais precisa, além de gerar os empregos em escala que retroalimentam o próprio Fundo e que, em essência, são o motor da economia.

O Brasil não pode mais aceitar o longo e triste cenário do déficit habitacional, assim como pessoas em situação de rua, abrigadas em barracos, vivendo em áreas de risco ou em casas insalubres. Este é um compromisso que governantes e sociedade têm de assumir.

Rodrigo Luna é presidente eleito do Secovi-SP, a Casa do Mercado Imobiliário (gestão 2022/2024). Engenheiro civil pela Universidade Mackenzie; sócio fundador da empresa Plano & Plano. Foi diretor da Comissão Consultiva de Produtos Financeiros Imobiliários do Secovi-SP, vice-presidente de Habitação Econômica do Secovi-SP e presidente da Fiabci-Brasil (Federação Internacional Imobiliária), no período de 2015 a 2019.

 

 

As tendências, transformações e soluções tecnológicas, que têm impactado os negócios da área de intermediação imobiliária, serão apresentadas e analisadas por especialistas do mercado na 6ª edição do Rede Show Secovi-SP, que acontece no dia 18/10 (terça-feira), no Milenium Centro de Convenções (Rua Dr. Bacelar, 1.043 – Vila Mariana), em São Paulo.

A abertura do evento, a partir das 13 horas, contará com a participação do presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna; e do diretor de Intermediação Imobiliária da entidade, Ricardo Paixão Barbosa.

Em seguida, acontece o painel com palestra de Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Banco Santander; e de Cyro Naufel Filho, diretor institucional da imobiliária Lopes. Eles falarão sobre os fatos que determinam o fechamento – ou não – de um negócio imobiliário.

“Entender o que nos reservam os cenários político e econômico é primeiro passo para decidir o rumo de nossas atividades”, observa Ely Wertheim, presidente executivo-CEO do Secovi-SP, que coordenará o painel.

Com o objetivo de discutir as recentes transformações na área, os painéis seguintes vão focalizar dois temas: marketplaces e esteiras de negócios e contará com a participação das principais plataformas e portais imobiliários, que vão compartilhar suas experiências e soluções.

“Os portais, empresas de CRM e até mesmo imobiliárias digitais caminham rapidamente para entrar na transação imobiliária, por meio da gestão de esteiras de negócios”, destaca Guilherme de Barros Monteiro Ribeiro, coordenador do Grupo de Trabalho de Portais Imobiliários do Secovi-SP.

Em seguida, o professor Gustavo Reis, diretor de marketing e growth da ClickBus, vai falar sobre o que é preciso saber, e antever, para que a intermediação imobiliária esteja sintonizada e conectada com o que há de mais importante e necessário para suas operações.

Também estarão em debate no Rede Show Secovi-SP assuntos legislativos que impactam as atividades de intermediação imobiliária. Os painelistas serão os advogados Moira Toledo, vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP; Olivar Lorena Vitale Junior, fundador e diretor Institucional do Ibradim; e Rodrigo Falcão Vaz, coordenador do Grupo de Trabalho de Legislação da diretoria de Intermediação Imobiliária do Secovi-SP, que mediará os debates.

Como aumentar suas vendas com menos leads é o tema que será abordado pelo corretor de imóveis e especialista em inovação Guilherme Machado que, por meio de um método inovador, vai mostrar para os participantes do Rede Show Secovi-SP que é possível acelerar o crescimento das suas vendas e lucros, tendo o corretor como um agente potencializador do sucesso na sua imobiliária.  

Encerrando a programação, o comediante e apresentador de programas de TV, Maurício Meirelles, apresentará um stand up inédito.

Com alcance nacional, o evento ocorre em formato híbrido, permitindo que empresários, corretores e demais interessados acompanhem a programação on-line, por meio de plataforma exclusiva.

Para o público presencial, haverá ações exclusivas, como a Feira e a Arena de Inovação, coworking, serviço de alimentação e bebidas, kit de materiais, interatividade e networking qualificado.

Para saber mais sobre a programação do Rede Show Secovi-SP e fazer sua inscrição, acesse o link.