O governo federal anuncia corte no Orçamento de 2013 da ordem de R$ 10 bilhões. Garante, porém, que é um ajuste no custeio administrativo – redução em gastos com papel, aluguel de carros e outros que não comprometem os serviços diretos à população. Assim, estão preservados programas como o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e outros voltados a áreas sociais.
A atitude vem ao encontro da expectativa da sociedade. Espera-se do Executivo ações firmes e coerentes com o atual cenário econômico nacional e mundial, bem como com a responsabilidade fiscal e a meta da inflação. O Banco Central, utilizando-se das políticas monetárias, não teria condições de segurar as rédeas do desaquecimento da economia.
No que diz respeito à preservação do MCMV, mesmo sabendo ser a produção de habitações, área representada pelo Secovi-SP, fundamental para o País, é importante lembrar que o programa nasceu da necessidade de medidas anticíclicas quando da crise financeira de 2009. A dinâmica natural do setor imobiliário faz movimentar diversos segmentos produtivos. E foi assim que o País conseguiu mitigar os efeitos da crise internacional naquela ocasião.
Agora, mais uma vez, a construção civil poderá ajudar efetivamente a economia do Brasil, influenciando o Produto Interno Bruto (PIB) de forma positiva. É claro que essa contribuição não se dará nos mesmos patamares de 2010, quando PAC e MCMV puxaram as atividades do setor. Porém, certamente evitará que a economia desacelere ainda mais, além de ofertar um bem essencial, que é a moradia digna.
Cabe lembrar que, conforme pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, o número de famílias vivendo na mesma casa por falta de opção recuou 26,2% no País em 2011, e muito disso em função do trabalho competente e profissional do setor imobiliário. Novos lares, novas geladeiras e assim nossa economia doméstica vai, novamente, suportando as vicissitudes externas. Portanto, que se corte, sim, o necessário. Mas somente o necessário.
* Presidente do Secovi-SP e reitor da Universidade Secovi