Às afirmações feitas, ao Secovi-SP cabe contrapor,dentro do estrito direito de manifestação, inerente às sociedadesverdadeiramente democráticas, em respeito à ética e na qualidade derepresentante formal do setor imobiliário:

>> Noreferido (e infeliz) artigo, como se fora ?dono da verdade? ele julga?medíocres? os projetos imobiliários concebidos por inúmeros arquitetos.Afirma que apenas alguns profissionais de arquitetura (os quais nomeia)têm a capacidade de conceber projetos de qualidade.

>>Arroga a si a função de juiz, e condena os demais profissionais porpertencerem a uma lógica de ?não se preocuparem com a cidade?.

>> Ofende as pessoas (suas preferências e inteligência)que, com sacrifício de uma vida inteira, adquirem sua casa, seu lar,classificando tais imóveis como feios e de mau gosto.

>> Acusa os empreendedores da cidade de realizarem atividadepredatória, esquecendo-se da importância da construção civil para odesenvolvimento, o combate ao déficit habitacional e a geração deemprego e renda.

>> Esquece de citar que a legislaçãourbanística da cidade (na qual ele teve participação quando colaborounos governos dos prefeitos Paulo Maluf, Celso Pitta e Marta Suplicy)cria inúmeros problemas na concepção de projetos imobiliários, a saber:

a) espalhamento da cidade, aumentando a circulaçãode pessoas (leia-se trânsito carregado);

b)baixa ocupação onde já existe infra-estrutura instalada;

c) inviabilidade de projetos em pequenosterrenos;

d) insuficiente foco na solução deocupações clandestinas;

e) dificuldadeoperacional para parcerias público-privadas;

f)elitização dos projetos, com difícil viabilidade para habitaçãopopular;

g) excessiva complexidade, acarretandoincerteza jurídica e dificuldades para o funcionário municipalencarregado das aprovações.

No mínimo, cometeu umato de desrespeito a outros profissionais liberais, empresários,empreendedores e aos compradores de imóveis, cidadãos que vivem com suasfamílias nesta pujante e sofrida cidade.

A elesugerimos estudar os planos diretores e as leis de zoneamento de cidadesbem próximas a nossa, como São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo,Santo André e Diadema, ou mesmo das capitais Goiânia e Vitória. Foramdesenvolvidos por urbanistas que, com menor renome, não são menoscapazes e estão trazendo a essas regiões um desenvolvimento sustentável.

A cidade de São Paulo precisa de planejadoresatualizados, arejados e bons de diálogo. Não faltam ótimosprofissionais. Aliás, defendemos que os nomes dos arquitetos sejamcolocados de forma explícita e transparente na comunicação de todos osempreendimentos imobiliários.

Entendemos ser melhor amão oculta da cidadania que manifesta sua opinião, por meio daparticipação efetiva e da livre concorrência, do que a mão visível doEstado a impor legislação urbana complexa e ultrapassada.