Durante o tradicional evento Tendências do Mercado Imobiliário, da vice-presidência de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP, foram apresentados os resultados de lançamentos e vendas de unidades novas residenciais em São Paulo.

Os números surpreenderam: foram vendidas 4.087 unidades no mês de março, um crescimento de 83,9% em relação aos 2.223 imóveis vendidos em março de 2012. Os lançamentos, de acordo com a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), atingiram 2.845 unidades, com aumento de 80,35% em relação às 1.578 unidades de igual mês do ano passado.

Apesar da maior participação nas vendas de imóveis de 2 dormitórios (1.472 unidades), o segmento de 4 dormitórios se destacou, com a venda de 947 unidades no mês, fato registrado a última vez em setembro de 2010.

Com esses resultados, o mercado imobiliário na cidade de São Paulo fechou o primeiro trimestre com 6.862 unidades vendidas, e alta de 27,1% comparando ao resultado de 5.400 imóveis comercializados de janeiro a março de 2012.

RMSP – As vendas acumuladas no primeiro trimestre na Região Metropolitana de São Paulo somaram 11.496 unidades, com crescimento de 18,5% diante dos 9.703 imóveis residenciais de igual período de 2012. A Capital participou com 59,7% do total das vendas e com 67,0% dos 7.938 imóveis lançados na Grande São Paulo no período de janeiro a março.

Apesar dos indicadores positivos, o vice-presidente da área, Emílio Kallas, acredita que o mercado imobiliário ainda corre riscos. “As restrições impostas pela prefeitura à aprovação de projetos são absurdas. Aliando os altos preços dos terrenos às inumeráveis contrapartidas, o setor não vai manter esse ritmo de crescimento”, asseverou, completando que para reverter essa perspectiva é necessária a revisão das legislações que regem a produção imobiliária.

Imóvel corporativo – O diretor de Locação da CB Richard Ellis, Adriano Sartori, apresentou estudo do mercado corporativo na cidade de São Paulo. Dentre vários indicadores, o que chamou a atenção é a discordância entre o crescimento deste mercado com a com as linhas de metrô. “Escritórios vão para um lado e o metrô vai para outro. Somente três empreendimentos Triple A estão localizados próximos às linhas metroviárias. Das 52 novas estações previstas, somente seis conjunto de imóveis corporativos serão atendidos.” Dessa forma, não há como estimular os executivos a trocarem o transporte particular pelo público.

Afora isso, a cidade de São Paulo ainda apresenta forte potencial de crescimento nesta área. Conforme Sartori, Centro, paulista, Jardins e Marginal do Rio Pinheiros concentram 90% das transações. Porém, 15 regiões estão em pleno desenvolvimento: zonas Norte, Leste, Morumbi, Santo Amaro, Jabaquara, Moema, Campo Belo, Paraíso, São Judas, Bela Vista, Liberdade, Angélica, Consolação, Perdizes, Pinheiros e Marginal Tietê. A região da Av. Paulista cresce lentamente, pela falta de terrenos disponíveis. Já a Barra Funda tem 500 mil m2 de escritórios e forte potencial de crescimento.

Para este ano, está prevista a entrega de 580 mil m2 de escritórios, e concentração de estoque da ordem de 66% na Marginal do Rio Pinheiros. Com 17% do volume de imóveis corporativos, o bairro dos Jardins está se transformando em uma região de difícil investimento.

São Paulo tem 12 milhões de m2 de escritórios; 43% sem ar-condicionado central; 38% com ar-condicionado central; 11% A; e 8% AAA. “A Capital é líder em volume de vendas e produção entre os grandes mercados nacionais e agora é o momento de impulsionar o crescimento desse setor”, concluiu.

Confira a íntegra do Balanço Trimestral do Mercado