Uma das mais importantes premissas do Plano Diretor Estratégico de São Paulo (PDE – 2014) foi procurar tornar a cidade mais humana, aproximando emprego, moradia e permitindo melhor aproveitamento do território dotado de infraestrutura urbana e transporte público.

O maior adensamento oportunizou a mais famílias a possibilidade de morar em bairros consolidados, haja vista que potencializou a produção de habitações de interesse social e demais tipos de residências nessas porções da cidade, beneficiando milhares de paulistanos.

Hoje o PDE está em processo de revisão na Câmara Municipal de São Paulo e, dentre vários pontos importantes para a população, faz a adequação necessária aos parâmetros que determinaram o adensamento ao longo dos eixos de transporte, permitindo adaptar a lei às demandas e às necessidades das pessoas.

Nesse sentido, a revisão proposta pelo Executivo, e debatida pelo Legislativo com a sociedade, é uma evolução. Esta é a análise de 35 entidades representativas de arquitetos, urbanistas, profissionais do setor imobiliário, comércio, serviços, enfim, considerável parcela da sociedade civil para quem é inadmissível que, nesse território, não se estruturem modelos de ocupação compatíveis com as necessidades dos seus habitantes e da cidade.

Essas entidades, que enviaram 18 propostas, das quais 8 foram consideradas, ponderam não fazer sentido que cerca de 75% dos cidadãos estejam fora de perímetros com infraestrutura urbana de qualidade. Esses excluídos, que passam horas se deslocando da casa para o trabalho, têm uma expectativa de vida 11 anos menor do que aqueles que vivem na região central, conforme registra o Mapa da Desigualdade 2019. A exclusão dessas pessoas do que a cidade tem de melhor, além de não justificável urbanisticamente, é inaceitável do ponto de vista humanitário.

As mudanças, portanto, seguem a lógica das metrópoles saudáveis que focam a inclusão. Parece haver consenso em nossa sociedade que o adensamento inteligente é solução necessária para que todas as faixas sociais possam usufruir a infraestrutura instalada e adquirir um lar a preços acessíveis.

São as famílias que demandam. Cabe aos setores público e privado trabalharem para atendê-las, trazendo para a igualdade o maior número possível de pessoas.

Uma revisão é isso: examinar como está, prevenir e corrigir o que for necessário, garantir que funcione.

 

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