A comercialização de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo registrou o melhor mês de fevereiro em desempenho de vendas desde 1995. O indicador Vendas Sobre Oferta (VSO), que mede o desempenho, atingiu 9,1%, conforme pesquisa realizada mensalmente pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP.

Apesar do bom desempenho verificado no segundo mês do ano, a sazonalidade se faz presente. O volume vendido de 1.565 unidades pode ser considerado modesto em relação à média de unidades escoadas no segundo semestre de 2006, de 2.530 imóveis.

Ao se comparar a quantidade de imóveis negociados em fevereiro do presente ano em relação a fevereiro de 2006 (1.782 unidades), percebe-se queda da ordem de 12,2%. Mesmo assim, o desempenho deste ano mostra-se superior em relação àquele período em conseqüência da redução de oferta na cidade. A oferta inicial de 20.554 unidades, em fevereiro de 2006, caiu para 16.416 unidades, queda superior a 20%. De acordo com o Departamento de Economia e Estatística, o escoamento superior ao volume lançado foi o principal responsável pela redução da oferta.

Ainda conforme os dados pesquisa, cerca de 58% do total de unidades vendidas encontrava-se na fase de lançamento. Essa fase é um período de até seis meses desde a colocação do produto no mercado, quando se verifica a maior concentração de esforço de marketing e promoção. O indicador VSO desse período atingiu 11,1%, contra 7,2% obtido com a comercialização de imóveis com mais de 180 dias de lançado, conhecido como fase de pós-lançamento.

Ao se considerar o total vendido em fevereiro, os segmentos de três e dois dormitórios ficaram com as maiores fatias de mercado com participação de cerca de 34% cada uma. O nicho de quatro dormitórios ficou com participação de 29,1%.

Hora de buscar diferenciação – Com uma produção imobiliária de 869 unidades em fevereiro, a cidade de São Paulo acumulou lançamento de 1.370 unidades no período que engloba os dois primeiros meses deste ano. De acordo com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), houve concentração de lançamentos no segmento de quatro dormitórios em fevereiro. Do total lançado em fevereiro, em unidades, cerca de 42% da produção foi desse segmento.

Em fevereiro, ao se considerar o Valor Global de Vendas (VGV) das unidades produzidas, a participação dos imóveis de quatro dormitórios atinge mais de 78% com R$ 331, 25 milhões.

Com os resultados de fevereiro, o mercado passa a totalizar 2.870 unidades comercializadas neste ano, volume superior ao total lançado de 1.370 unidades. Aproximadamente 36% dos imóveis vendidos neste ano foi de dois dormitórios, seguido de perto por unidades com três dormitórios (35,1% do total escoado). O indicador VSO médio do período de janeiro a fevereiro de 2007 foi estimado em 8,25%.

Conforme se verifica com a oferta na pesquisa Secovi-SP, a cidade experimenta um período de redução de estoque de imóveis novos. Os preços dos terrenos mudaram de patamar nos últimos meses, em conseqüência das modificações dos padrões urbanísticos determinados pelo Plano Diretor e Lei de Zoneamento, e também pelo aumento de demanda de terrenos por parte das empresas capitalizadas do setor imobiliário.

A conjunção desses fatos, segundo Alberto Du Plessis, vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado do Secovi-SP, “indica tendência de alta dos preços e que talvez seja o momento apropriado para medidas como alongamento de prazos de financiamento habitacional por parte dos agentes financeiros. Da mesma forma, para quem atua no setor, mostra que, mais do que nunca, é hora de trabalhar diferencias que contribuam para se destacar diante da concorrência”, conclui.

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