Proposta converge com medidas governamentais de financiamento à classe média

Redução do compulsório recolhido pelos agentes financiadores ao Banco Central é forma de compensar captação negativa da poupança

Desde maio do ano passado, Secovi-SP, CBIC e Abrainc têm reiteradamente levado ao Ministério da Fazenda e ao Banco Central proposta de redução no porcentual incidente sobre os recursos de depósitos de poupança que cada banco tem de manter na autoridade monetária. Com o contínuo aumento dos saques da caderneta, a medida pode garantir crédito para viabilizar a aquisição de moradias pelas famílias de classe média.

Trata-se de 47% da população brasileira que depende do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para financiar seu lar, Sistema este que, em função da captação negativa da poupança, passou a conter suas operações.

A tese do setor ganhou o apoio da Caixa Econômica. Em fevereiro deste ano, a instituição que responde por 70% dos financiamentos habitacionais, solicitou ao Banco Central redução de 20% para 15% do recolhimento compulsório. Conforme estimativas, isso representaria cerca de R$ 60 bilhões a mais para a concessão de empréstimos.

Liberar parte do compulsório é irrigar o financiamento e permitir que o mercado imobiliário possa atender as famílias de média renda. São 100 milhões de brasileiros que não contam com auxílios emergencial ou adicional para enfrentar as turbulências da economia; que, como qualquer cidadão, merecem ter recursos para adquirir sua moradia; e para quem, na atual conjuntura, a redução de 5% do depósito compulsório com direcionamento habitacional será simplesmente decisiva.

 

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