O Secovi-SP foi representado pelo seu coordenador de Relações Internacionais João Crestana em dois grandes eventos do mercado imobiliário nos Estados Unidos: o congresso anual da Miami Association of Realtors (MAR) e a Realtors Conference & Expo, organizada pela National Association of Realtors (NAR), que este ano aconteceu em Boston.
Em Miami, Crestana participou como palestrante e apresentou o cenário atualizado do mercado brasileiro para centenas de profissionais de vários países. “Além de falar sobre o desempenho do setor, que está reduzindo estoques paulatinamente, com boa atividade de vendas e uma retomada mais lenta de lançamentos, falei da situação política do Brasil, uma vez que o evento aconteceu na época da eleição presidencial”, comentou Crestana, que comparou a polarização brasileira à marcante e histórica dicotomia Republicano-Democrata norte-americana.
Sobre a economia dos Estados Unidos, o dirigente citou relevantes dados apresentados pelo economista sul-coreano Lawerence Yun, da National Association of Realtors, que demonstrou, segundo Crestana, um “otimismo moderado” com a economia norte-americana e preocupação com o baixo desemprego, que está na casa dos 4%. “Tem que haver um volume natural de turnover. Quando o cenário é inferior a 5% de volume de pessoas desocupadas ou procurando emprego, há impacto na dinâmica da economia e na evolução profissional das pessoas”, explicou.
A renda, em geral está se recuperando, e o PIB está próximo de US$ 17 trilhões. “A sensação é que haja uma pequena elevação nas taxas de juros e que a renda se mantenha crescente.” Sobre preço dos imóveis, Crestana comentou que, em Miami, os preços estão estáveis, porém, na Califórnia, estão excessivamente elevados. Ele ainda observou que a região de Miami está passando por uma grande fase de investimento em infraestrutura, como ferrovia, rodovia e portos, ao passo que a região de Boston está mais deteriorada.
A volta do velho sonho da casa própria – Um fenômeno notado nos Estados Unidos é de Millennials (jovens nascidos entre anos 1980 e 2000) interessados em comprar casa própria, algo que vai na contramão das previsões de que essa faixa da população seria avessa à propriedade, de carros a habitações. “Prevalece o velho sonho americano da casa própria. São liberais na forma de trabalhar, mas conservadores em valores como o da home-ownership, ou casa própria”, destacou Crestana.