O programa governamental “Minha Casa, Minha Vida” abre campo para que o setor imobiliário opere no segmento que concentra a maior demanda por moradias: as classes C, D e E.
“Ao subsidiar essas famílias, o governo criou um mercado que, até então, era atendido de forma insuficiente. Na verdade, temos dois grandes nichos: o primeiro, integrado por famílias com renda mensal de até três salários mínimos, as quais contam com amplos subsídios (nessa faixa, o comprador vai pagar R$ 15 mil por uma habitação que vale R$ 50 mil); o segundo, de três a dez salários mínimos, em que os subsídios continuam existindo, aliados a melhores condições de financiamentos. O grande desafio das empresas é atender ao primeiro nicho, com criatividade e pró-atividade”, afirma o presidente do Secovi-SP, João Crestana.
E qual o tamanho desse mercado? O vice-presidente de Comercialização e Marketing, Elbio Fernandez Mera (foto), estima que o segmento de habitações de interesse social permitirá que a indústria imobiliária dobre sua capacidade de faturamento nos próximos anos.
“Até 2016, o mercado econômico (unidades com valor inferior a R$ 150 mil) vai superar tremendamente o mercado tradicional. Com financiamento, os compradores de menor renda vão substituir a construção autogerida pela aquisição de unidades produzidas pelas empresas. Vão trocar a prestação do material de construção pela prestação da casa própria. Além disso, é preciso considerar que, na pirâmide social, 30% da população de classe C têm menos de 20 anos de idade, porcentual que sobe para 41% nas classes D e E. Conhecer a base dessa pirâmide é investir no mercado do presente e do futuro”, garante.