Confira artigo do diretor Regional do Secovi-SP em Bauru, publicado na edição de 26 de junho do jornal Diário da Região, coluna Radar Econômico

 

*Thiago Ribeiro é diretor Regional do Secovi-SP em São José do Rio Preto

O Secovi-SP divulgou, no início de junho, o resultado do mercado imobiliário do interior, da Baixada Santista e da Região Metropolitana de São Paulo no primeiro trimestre de 2024. A partir deste ano, a pesquisa teve sua abrangência ampliada de 31 para 41 cidades, situadas nos principais polos econômicos do Estado.

Juntos, esses mercados apresentaram o menor volume trimestral de lançamentos dos últimos anos, abaixo de 10 mil unidades (9.723 imóveis), mesmo com a inclusão de 10 municípios na pesquisa. As vendas de imóveis residenciais novos superaram o total lançado no primeiro trimestre, mas igualmente ficaram em patamar inferior ao registrado em todos os trimestres desde 2021.

Na contramão dos dados agregados, São José do Rio Preto voltou a lançar (980 unidades) e destacou-se com participação de 10,1% no total lançado nos três primeiros meses do ano. Comportamento semelhante ocorreu em relação às vendas, que somaram 1.022 unidades residenciais em empreendimentos verticais, equivalente, em valores, a R$ 377 milhões. Considerando mais 16 unidades novas em condomínios horizontais, as vendas totalizaram 1.038 imóveis e R$ 383,4 milhões em VGV (Valor Global Vendido).

A participação dos imóveis econômicos (enquadrados nos parâmetros do programa Minha Casa, Minha Vida) em Rio Preto ficou bem abaixo do desempenho de outros mercados no interior. De acordo com a pesquisa Secovi-SP e Brain Inteligência Estratégica, 29,4% (288 unidades) dos lançamentos e 17,9% (182 unidades) das vendas na cidade no primeiro trimestre correspondiam a imóveis de padrão econômico.

Dentre os fatores que contribuíram para a reação do mercado riopretense logo no início do ano, a meu ver, destaca-se a retomada da confiança de empreendedores, para lançar novos produtos, e dos consumidores, que encontraram ambiente adequado para adquirir o primeiro imóvel ou fazer um upgrade.

Os números mostram que os produtos têm se mostrado aderentes à demanda, algo fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento. Por outro lado, acende um sinal de alerta em um cenário de vendas superando lançamentos.

Considerando que a oferta final em Rio Preto era de 3.521 unidades disponíveis para venda no final do mês de março, estima-se que o estoque de imóveis será consumido em 10,3 meses, caso não haja novos lançamentos nos próximos meses.

O mesmo comportamento vem sendo observado em diversas cidades, conforme aponta a pesquisa realizada pelo Secovi-SP. Atualmente, o escoamento do estoque está estimado em 11 meses, em média, nas 41 cidades, alinhado com o que ocorre no Brasil, cuja média é de 10 meses.

Com base no acompanhamento do mercado, porém, as expectativas se renovam. Cada cidade possui suas particularidades, mas há espaço para crescimento do segmento econômico. Atualmente, o mercado de econômicos em Rio Preto não segue o ritmo aquecido registrado em diversas regiões.

Na visão de especialistas do setor, a partir do segundo trimestre, serão observados os efeitos da atualização do limite da faixa de preços do Minha Casa, Minha Vida, para R$ 350 mil, em algumas cidades pesquisadas. Rio Preto estará entre elas? A conferir.