cameraA tecnologia, cada vez mais acessível para o controle de entrada e saída de veículos e pessoas em condomínios, aliada à rotina de procedimentos respeitada por condôminos e funcionários, são resultado da segurança em empreendimentos instalados no município de Bauru. O assunto foi o tema do Ciclo de Palestras da Regional do Secovi-SP, realizada na noite de ontem, 18/10, no auditório da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no município.

Diante de uma plateia formada por porteiros, seguranças, síndicos e moradores de condomínios, o palestrante convidado, o capitão da Polícia Militar Paulo César Valentim, afirmou que mesmo o uso de equipamentos com tecnologia de ponta para blindar portarias e perímetros são ineficientes sem colaboração. “Há, muitas vezes, resistência por parte de moradores em seguir certos protocolos que são indispensáveis para evitar inconvenientes. E este conflito entre a atribuição do funcionário e o querer do condômino pode representar riscos”, avalia.

Mesmo todo aparato tecnológico disponível atualmente, que compreende desde portarias virtuais a circuitos de monitoramento que emitem alerta de invasões, pode perder a eficácia sem o treinamento adequado do funcionário que irá operá-lo. “O acesso imediato pela polícia às imagens de circuito é decisivo para a identificação de criminosos em uma ocorrência. Na mesma medida, o uso correto de novas ferramentas nas portarias também dificultará a entrada indevida de pessoas na área restrita aos moradores”, exemplificou.

Valentim falou também sobre a segurança primária. É papel do morador, segundo o policial, cuidar para que seu imóvel não esteja vulnerável. “Muitas vezes o condômino tem a sensação de estar livre do risco de ter seu imóvel invadido por estar em uma área cercada e monitorada. Mas deixar portas e janelas abertas ao sair de casa torna o imóvel um alvo fácil”, alerta.

A segurança do perímetro foi outro assunto destacado pelo capitão. Muros, embora altos, mas que oferecem aos criminosos facilidades de acesso, concertinas instaladas de maneira inapropriada e portarias vulneráveis foram algum dos exemplos citados pelo policial e que merecem atenção. “Muitos condomínios de Bauru já adotam o sistema de portaria de ‘gaiola’, utilizado por empresas de transportes de valores e que oferecem segurança adicional. Até salões sociais têm sido instalados na área externa do empreendimento para reduzir o acesso de gente de fora. São práticas como estas que ampliam o conforto e tranquilidade de moradores e funcionários”.

Plano de ação

Planejar a segurança de um condomínio é mais um dos fatores que irão ampliar a segurança do ambiente. Na opinião de Riad Elia Said, diretor da Regional Bauru do Secovi-SP, a concepção de segurança deve estar incluída nos projetos arquitetônicos dos empreendimentos desde o início, especialmente na posição estratégica da guarita com relação ao controle visual do porteiro ao acesso de pessoas e veículos. Câmeras e equipamentos seriam auxiliares. E depois de pronto, seria necessário um diagnóstico da estrutura física e da rotina de procedimentos.

“Uma comissão de moradores vai, voluntariamente, saber as condições de trabalho do funcionário, se ele conhece suas atribuições e, na outra ponta, se elas têm sido respeitadas pelos condôminos. Ao mesmo tempo, irá analisar na estrutura física se os equipamentos estão funcionando e pontuar onde são necessários investimentos”, explicou o capitão.

O diretor de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi em Bauru, Alexandre Mauad, explica que a inexpressividade de ocorrências em condomínios é resultado da colaboração entre moradores e funcionários. “O cuidado de todos no atendimento as regras e a tecnologia cada vez mais presente são reflexo disso”, afirma. “E a palestra serve para reforçar a necessidade desta ação mútua. O capitão Valentim é referência para nós e contribui com nosso objetivo de levar as boas práticas para seguranças, síndicos e moradores que participam do ciclo de palestras. E possibilita que todos aprendam mais e avaliem possíveis deficiências na segurança de seus condomínios”, finalizou o diretor.