Thiago Ribeiro, diretor do Secovi-SP em SJRP

Antes da pandemia, era natural a forte procura, nos primeiros meses do ano, por imóveis residenciais para locação nas cidades do interior do Estado de São Paulo com universidades. Todavia, nos dois últimos anos, esse segmento apresentou forte retração, justificada, principalmente, pela adoção das aulas on-line pelas instituições de ensino, em cumprimento à determinação sanitária da OMS (Organização Mundial de Saúde) de distanciamento social.

Contudo, os primeiros dias de 2022 começaram a nos surpreender com a relevante procura por universitários por locação residencial. Mesmo em meio à insegurança do aumento dos casos de Covid-19, a partir da proliferação da variante Ômicron – cuja capacidade de contaminação é muito alta e tem colocado em alerta as autoridades sanitárias no Brasil e no mundo –, muitos contratos de aluguel estão sendo negociados em São José do Rio Preto.

A presença desse público estudantil nas cidades do interior de São Paulo é sempre muito esperada, porque eles impulsionam outros segmentos, como o comercial, de serviços e cultural.

Considerado um mês de boas oportunidades para se firmar contratos de locação comercial, janeiro ainda traz consigo as vibrações positivas para quem pretende dar vazão ao espírito empreendedor de um início de ano. É neste momento que muitas pessoas buscam realizar projetos pessoais de ter o próprio negócio e vão em busca de bons espaços comerciais. Para atender a esse segmento, o mercado de locação sempre oferece opções interessantes.

Tanto em Rio Preto quanto no restante do País, o segmento enfrentou maus momentos. Medidas restritivas para conter o avanço do vírus levaram muitas empresas de varejo – mais ainda os pequenos comércios – a fecharem suas portas, gerando frustração, perdas financeiras, sociais e desemprego. Os donos dos imóveis que ficaram vazios também saíram bastante prejudicados, porque são altos os custos de manutenção de espaços fechados por longos períodos.

Agora, o mercado de locação começa a respirar bons ares com a volta do interesse de empresários. Mesmo inesperado, esse reaquecimento se explica, em Rio Preto pelo menos, porque o município tem muitos atrativos, excelentes espaços de educação, saúde, comércio e serviços. A cidade possui infraestrutura de uma grande metrópole, sem perder a qualidade de vida do interior.

Ainda, muitas empresas almejam mudar de endereço e pedem imóveis com capacidade de atender os novos formatos de escritórios, com maior distanciamento entre as mesas e restrições sanitárias, mas que acomodem confortavelmente os seus colaboradores e atendam à nova realidade de trabalho híbrido, adotado por muitas companhias.

Esses imóveis diferenciados para locação corporativa deverão ter espaço na carteira de produtos das imobiliárias ainda por um bom período. E a tendência é que esses produtos permaneçam com o fim da pandemia de Covid-19, porque os comportamentos e os hábitos de todos mudaram muito. E, ao que tudo indica, novas realidades surgirão, e o mercado imobiliário terá papel preponderante em um novo e desafiante mundo.

Thiago Ribeiro, diretor regional do Secovi-SP em São José do Rio Preto