A comercialização de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo cresceu de 2.550 unidades de julho – mês que tradicionalmente se caracteriza pela sazonalidade – para 4.146 moradias em agosto. O desempenho de comercialização medido pelo indicador Vendas Sobre Oferta (VSO), em porcentual, foi de 20,7% no oitavo mês do ano, inferior apenas aos índices registrados, no ano, em maio (21,8%) e março (20,9%).

O ritmo de escoamento dos segmentos de dois e três dormitórios contribuiu para o resultado de agosto. O nicho de dois dormitórios atingiu desempenho médio de 28,7%, enquanto o VSO do segmento de três dormitórios foi de 26,3%.

“Apesar do excelente resultado verificado no mercado de imóveis de dois dormitórios, a liderança das vendas em unidades ficou com o de três dormitórios, responsável por praticamente metade do total computado em agosto, com 2.042 imóveis (49,25%)”, observa Alberto Du Plessis Filho, vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado do Secovi-SP.

Cerca de 85% do volume negociado em agosto foi composto por unidades ainda no período de Lançamento, ou seja, imóveis em oferta com até seis meses desde momento da colocação em oferta. Por isso, o VSO médio desse segmento atingiu 32,9% no mês.

Os lançamentos residenciais na cidade de São Paulo atingiram 23.112 unidades no período de janeiro a agosto deste ano, um crescimento de 37,7% em relação ao mesmo período de 2007, conforme a Embraesp – Empresa Brasileira de Estudos sobre Patrimônio.

De acordo com a Pesquisa Secovi, as vendas atingiram 25.920 moradias nesse intervalo de tempo, um incremento de 33,2% sobre o total comercializado nos oito primeiros meses de 2007.

O VSO médio mensal observado no período de janeiro a agosto, de 16,3%, já superou a média anual de 2007 (16,2%). É bom lembrar que o ritmo médio registrado entre janeiro e agosto do ano passado foi de 13,8%.

. Situação atual

A grave crise financeira global gerou incerteza quanto aos rumos da economia mundial, com necessidade de intervenções governamentais dos principais países para se preservar a credibilidade no sistema financeiro e garantir a solvência dos seus agentes.

O temor de recessão mundial começou a afetar a economia “real” em proporções diversas em cada nação. No Brasil, há notícias de dificuldades no setor exportador, com o fechamento de linhas de financiamento internacionais para adiantamento a contratos de exportação.

“Esse clima de incertezas terá influência sobre o mercado imobiliário. Sondagem realizada pelo Secovi-SP com empresários do setor detectou que não há consenso sobre o impacto da crise no mercado imobiliário da capital paulista”, ressalta o economista-chefe do Sindicato, Celso Petrucci.

Empresas de diferentes portes informaram que a dinâmica de vendas não foi afetada pela crise em setembro. Todavia, para outubro, as opiniões são diversas. Há quem afirme que compradores em visita aos estandes se mostram receosos em relação ao futuro e hesitam em assumir compromissos. Outros dizem que existe uma procura crescente por imóvel (moeda forte) em função da volatilidade do mercado financeiro.

As empresas revisam os lançamentos do final de 2008 e de 2009. “Trata-se de iniciativa absolutamente normal em época de mudanças no cenário econômico, e o que se torna relevante é observar a manutenção da expectativa de crescimento da produção em relação a este ano, ainda que em menor grau”, reflete.

O mercado imobiliário não estará isento de sentir alguma desaceleração em seu forte ritmo de comercialização verificado recentemente. Mas o que faz a diferença do setor em relação aos outros, é o fato de o imóvel ser um dos poucos ativos que oferece a segurança.