Vive-se uma fase de mudanças econômicas geradas por uma crise de confiança e credibilidade associada a momentos de pânico no mercado financeiro. Percebe-se, inclusive, instantes de pavor, reações de forma surreal, como queda das cotações de ações diante de anúncio de medidas positivas por parte de governos. Atividades não financeiras, conhecidas como de economia real, apresentam sinais de preocupação com o futuro.

A atividade imobiliária não difere das demais e percebe-se preocupação dos empreendedores na revisão dos seus planos de lançamentos. Assim como é natural a apreensão dos potenciais compradores com o futuro da economia.

O mercado imobiliário na cidade de São Paulo apresentou os primeiros indícios dessa preocupação, com redução do volume de lançamentos de 3.642 unidades em agosto para 2.368 em setembro, equivalente a uma queda de 35%, conforme informações fornecidas pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio – Embraesp.

O volume de imóveis novos comercializados em setembro também sofreu recuo. Vendeu-se 2.544 unidades residenciais, representando recuo de 38,6% em comparação ao mês de agosto (4.146 unidades). De acordo com o Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, responsável pela Pesquisa sobre o Mercado Imobiliário, o desaquecimento refletiu no indicador de desempenho Vendas sobre Oferta (VSO) em porcentagem, que foi de 13,8%.

Esse ritmo ainda é muito bom. Basta lembrar que, na década de 90, o VSO médio foi de 8,4% e que, em 2005 e 2006, atingiu a média de 8,8% e 12,1%, respectivamente.

De acordo com Alberto Du Plessis, vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado do Sindicato, os resultados obtidos na Pesquisa Secovi ao longo de 2008 ainda mostraram-se positivos. “O total de unidades vendidas desde o início do ano, de 28.464 moradias, indicam crescimento de 17,4% em relação ao mesmo período do ano anterior (de 24.249 unidades entre janeiro e setembro de 2007)”.

O ritmo de comercialização médio nos nove primeiros meses deste ano, da ordem de 16,1% ao mês, ficou muito próximo do índice médio percebido em 2007, de 16,2%, e superior aos 15,1% do período entre janeiro e setembro do ano passado.

Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, lembra que há um grande contingente de pessoas que demandam por habitação e que uma revisão momentânea de expectativas diante de uma crise global jamais imaginada é absolutamente normal. Reforça Petrucci que “a taxa de crescimento anual de lançamentos e de vendas vem desacelerando, com a possibilidade de reversão de tendência até o final do ano”.

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