graficoA Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, apurou em agosto a comercialização de 1.078 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. O resultado é 30,2% superior ao total vendido em julho (828 unidades), mas ficou e 32,9% abaixo do volume de vendas de agosto do ano passado (1.606 unidades).

No acumulado de janeiro a agosto, foram comercializadas na capital paulista 9.100 unidades residenciais, volume 26,1% inferior ao total vendido no mesmo período de 2015 (12.306 unidades).

Na Capital, o setor encerrou o mês de agosto com 24.411 unidades não vendidas disponíveis, ficando praticamente estável em relação ao mês anterior (24.627 unidades) e 9,4% inferior a agosto de 2015. A oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque).

De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), os lançamentos na cidade de São Paulo totalizaram em agosto 1.177 unidades residenciais, volume 7,1% acima de julho (1.099 unidades) e 39,6% inferior ao agosto de 2015 (1.950 unidades). De janeiro a agosto de 2016, foram lançadas 8.007 unidades residenciais na Capital, representando queda de 37,5% em relação ao mesmo período de 2015 (12.802 unidades).

Nos dois primeiros meses do segundo semestre, notou-se ligeira reação no volume de lançamentos. O acumulado de 2.276 unidades novas (julho e agosto), comparado com igual intervalo de tempo do ano passado (2.775 unidades), apresentou redução de 18%, bem abaixo dos 42,8% de queda do primeiro semestre. As vendas, por sua vez, totalizaram 1.906 unidades (somados os meses de julho e agosto), uma redução de 28% em relação ao mesmo período de 2015, quando foram vendidas 2.648 unidades.

Análise – Passado o período de férias de julho, a expectativa era de melhora nas vendas. Com 1.078 unidades comercializadas, agosto registrou aumento de 30,2% em relação ao mês anterior. Entretanto, o resultado ainda é inferior ao de agosto do ano passado. “Este comportamento não correspondeu às nossas perspectivas”, ressalta Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

No acumulado do primeiro semestre do ano, houve redução de 25,5% nas vendas e 42,8% nos lançamentos. A expectativa para o segundo semestre era que iniciasse uma mudança de comportamento, com os resultados do mercado imobiliário se aproximando daqueles registrados no mesmo período de 2015. “Mas, com uma melhora constante nas perspectivas econômicas, após a aprovação da PEC 241, continuamos apostando em uma gradativa recuperação do setor”, avalia Flavio Amary, presidente da entidade.

Na avaliação de Amary, os lançamentos estão adequados à demanda, com preços que atendem à faixa de renda média baixa. No entanto, os consumidores continuam adiando a decisão da compra, esperando que a economia demonstre efetiva reversão. “Em São Paulo, teremos de aguardar as ações do novo prefeito João Doria, já em 2017, no sentido de incentivar a produção imobiliária dentro de regras urbanas mais adequadas à realidade do País. A depender do ânimo empresarial, as mudanças virão o quanto antes, pois é nítida a renovação das esperanças em um cenário positivo e de crescimento”, opina Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.

VGV e VSO – No mês, o VGV (Valor Global de Vendas) foi de R$ 497,7 milhões, 13,8% superior ao de julho (R$ 437,2 milhões comercializados) e 38,9% inferior ao de agosto de 2015 (R$ 814,7 milhões) – valores atualizados pelo INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção) de agosto de 2016. Já o indicador VSO (Vendas sobre Oferta), que apura a porcentagem vendida em relação ao total de unidades ofertadas, foi de 4,2%, apresentando alta de 27,3% em comparação ao mês de julho (3,3%) e queda de 25% em relação a agosto de 2015 (5,6%).

Tipologia – Os imóveis de 2 dormitórios foram destaque no mês: 711 vendas, 675 lançamentos, oferta final de 9.170 unidades e VSO de 7,2%. Unidades de 3 dormitórios ficaram com o segundo melhor VSO, de 3,0%, e tiveram 176 unidades comercializadas, 234 lançamentos e oferta final de 5.712 unidades. Apesar da comercialização de 175 unidades, os imóveis de 1 dormitório registraram VSO de 2,1%, oferta final de 8.120 unidades e 268 unidades lançadas.  

Tamanho, preço e zona – Imóveis com metragem entre 45 m² e 65 m² responderam por 781 unidades lançadas, 667 unidades vendidas, VSO de 6,6% e 9.421 de imóveis ofertados. As unidades com área útil entre 85 m² e 130 m² registraram VSO de 4,2%, o que equivale à venda de 116 unidades em relação à oferta de 2.550 unidades e às 197 unidades lançadas.

As unidades com preços abaixo de R$ 225 mil lideraram as vendas (410 unidades) e os lançamentos (440 unidades) em agosto, atingindo VSO de 25,9%. De acordo com o economista-chefe do Secovi-SP, o bom resultado deve-se, principalmente, à baixa quantidade de oferta de imóveis com esse valor. Imóveis com preços entre R$ 225 mil e R$ 500 mil tiveram mais vendas (321 unidades) do que lançamentos (282 unidades). Porém, o VSO foi de 2,7%, pois, nessa faixa de preço, concentra-se a maior parte dos imóveis ofertados não vendidos.

A zona Sul de São Paulo voltou a apresentar bons resultados e se destacou em volume de vendas (510 unidades) e de lançamentos (524 unidades), que resultaram em um VSO acima da média, de 6,5%. A oferta final de 7.362 unidades corresponde a 30% do total ofertado na cidade. A zona Leste ficou em segundo lugar, com 274 imóveis vendidos e 186 lançados, VSO de 4,7% e oferta final de 5.587 unidades.

Confira o relatório completo de agosto da Pesquisa Secovi do Mercado Imobiliário