CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO

 

Segunda-feira, 24 de junho de 2013. 

 

Rodolfo Blancato

 

 

Na Vila Mariana, Zona Sul, a preocupação com habitação social e mobilidade urbana marcou a oficina que debateu a revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) neste sábado (22/6). Para incentivar o uso do transporte coletivo, um dos grupos propôs a criação de linhas circulares de ônibus nos bairros da cidade.

Autor da proposta, o administrador de empresas Henrique Calandra diz que a ideia é ter micro-ônibus operados por parcerias público-privadas ligando de graça as partes mais longínquas dos bairros às estações de metrô e corredores de ônibus.

“As pessoas às vezes deixam de pegar ônibus, pegar metrô, porque suas casas ficam longe desses lugares, e utilizam o carro. Com isso, as pessoas iriam utilizar muito menos o carro e mais o transporte coletivo”, acredita Calandra.

As demais contribuições dos moradores da região, que se reuniram no Colégio Arquidiocesano, versavam principalmente sobre a ampliação das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) e mais participação popular na formulação de políticas públicas.

Quatro vereadores compareceram ao evento: Dalton Silvano (PV), Floriano Pesaro (PSDB), José Police Neto (PSD) e Nabil Bonduki (PT). Na abertura, Police defendeu que o novo PDE tenha previsão orçamentária e um cronograma de execução, pelo menos para ações prioritárias.

“Quando você faz um diálogo ativo com a sociedade, você consegue recepcionar todas as necessidades, todos os desejos da população. Mas nem tudo consegue ser feito ao mesmo tempo, portanto as necessidades têm que ser transformadas em prioridades”, afirmou o parlamentar do PSD.

 

 

 

Proibição judicial

A oficina contou com a participação do engenheiro agrônomo Ricardo Oliveira, que em março deste ano foi proibido judicialmente de se manifestar contra um empreendimento imobiliário que está sendo erguido no bairro. Segundo Oliveira, a decisão foi posteriormente confirmada pela segunda instância da Justiça paulista.

“A gente não vai poder recorrer ao Supremo Tribunal Federal, apesar de ser um direito garantido na Constituição, porque primeiro será preciso averiguar se eu tenho que pagar uma indenização à empresa. A empresa está pedindo R$ 100 mil em danos morais”, contou Oliveira.

Durante o evento, Bonduki manifestou solidariedade ao engenheiro e lamentou que muitos projetos irregulares consigam passar pela burocracia.

“A luta dele, do movimento todo, que eu acompanhei, participei, faz parte disso. Não adianta a gente aprovar um Plano Diretor, aprovar o Zoneamento, e não ter depois o acompanhamento dos projetos, não fiscalizar o que é implementado. Senão nós vamos ter um Plano Diretor apenas no papel”, afirmou o urbanista.

 

(26/6/2013  -10h47)

 

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo

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