Aluguel residencial registrou variação nega-
tiva em janeiro. Locatários ainda têm boas
oportunidades para negociação

Pela 13ª vez consecutiva, o aluguel residencial na capital paulista registrou variação negativa em período acumulado de 12 meses. A queda verificada pelo Secovi-SP entre fevereiro de 2018 e janeiro deste ano foi de 0,21%.

No mesmo período, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) teve alta de 6,74%, de acordo com a Fundação Getúlio Vergas (FGV).

“A última vez em que o aluguel registrou alta foi em dezembro de 2017. De lá para cá, as variações dos valores de locação residencial mantiveram-se negativas, mas com estabilidade”, diz Rolando Mifano, vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP.

Na avaliação do dirigente da entidade, os números refletem que os locatários ainda têm em mãos boas chances para negociar o valor do aluguel. “Além disso, os proprietários, mais abertos a negociação, têm preferido manter os bons inquilinos”, complementa. Ainda segundo Mifano, com a recuperação da economia, a tendência é que os valores de locação entrem em trajetória de alta.

As variações mensais em janeiro de 2019 registraram aumento em todas as tipologias. Os imóveis de 2 dormitórios tiveram a maior variação, de 0,35%, seguidas pelas unidades de 1 dormitório, com acréscimo médio de 0,20%, e pelas residências de 3 quartos, com aumento médio de 0,10%.

Metodologia – A Pesquisa de Locação Residencial é elaborada pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e visa a monitorar o comportamento do mercado de aluguéis na capital paulista. As informações estão disponibilizadas em valores por m² (área privativa de apartamentos e área construída de casas e sobrados) e estão organizadas em oito grandes regiões: Centro; Norte; Leste (dividida em duas: zona A – que corresponde à área do Tatuapé à Mooca; zona B – outros bairros dessa área geográfica, como Penha, São Miguel Paulista etc.); Oeste (segmentada em duas: zona A – Perdizes, Pinheiros e vizinhanças; zona B – bairros como Butantã e outros); Sul (dividida em duas sub-regiões: zona A – Jardins, Moema, Vila Mariana, dentre outros; zona B – bairros como Campo Limpo, Cidade Ademar etc.).

Garantia locatícia – O fiador foi o tipo de garantia mais frequente entre os inquilinos, respondendo por 45,5% dos contratos de locação realizados. O depósito de três meses de aluguel foi a segunda modalidade mais usada – cerca de 37,5% escolheram essa forma de garantia. O seguro-fiança foi o tipo de garantia requisitado por 17% dos proprietários.

Velocidade de locação – O IVL (Índice de Velocidade de Locação), que avalia o número de dias que se espera para um imóvel ser locado, indicou que o período de ocupação foi de 18 a 44 dias. Os imóveis alugados mais rapidamente foram as casas e os sobrados: 18 a 43 dias. Os apartamentos tiveram um ritmo de escoamento mais lento: 23 a 48 dias.

Análise do bairro dos Jardins – Mensalmente, a Pesquisa Locação Residencial do Secovi-SP analisa dados históricos dos valores negociados por bairros. Neste mês, a região analisada foi de Jardins.

De acordo com a pesquisa, os imóveis em bom estado de conservação, com vaga de garagem e que foram contratados em janeiro no bairro do Jardins registraram valor médio por metro quadrado de R$ 41,73 para 1 dormitório; R$ 34,20 para 2 dormitórios; e de R$ 35,06 as residências de 3 dormitórios.

A variação média dos valores de locação residencial acumulada no período fevereiro de 2012 a janeiro de 2019 foi de 20,4% para os imóveis de 1 dormitório, de 0,9% para os imóveis de 2 dormitórios e 12,6% para as residências de 3 dormitórios.