Representantes das startups apresentam tecnologias que fa-
cilitam a vida das imobiliárias que operam com locação

As soluções inteligentes oferecidas por plataformas tecnológicas a imobiliárias foram o destaque  do Open House, evento realizado pela Rede Imobiliária Secovi em 25/7, na sede do Secovi-SP. O foco foi o mercado de locação. “Mais do que nunca, é preciso transformar nossos negócios em imobiliárias digitais”, afirma Nelson Parisi Júnior, presidente da Rede Imobiliária Secovi. E foi em consonância com esse princípio que as startups do evento se apresentaram.

“É na área de aluguel que nós vemos as imobiliárias mais preocupadas em se inserir nas novas plataformas. Isso é muito latente. As empresas estão menos conservadoras e aceitando encarar essas novidades”, diz Paulo Fernandes, da Rua Dois, uma das startups que palestraram no evento.

A empresa oferece às imobiliárias uma plataforma que reúne uma série de serviços que dinamizam, de ponta a ponta, a operação dos intermediadores. Entre as facilidades, destacam-se a possibilidade de a imobiliária servir-se de fotógrafos profissionais e demonstradores de imóveis, chegando, até mesmo, à assinatura digital do contrato de locação.

“Esses serviços podem reduzir de quatro para um dia a capacidade de demonstração de um imóvel. No máximo, no dia seguinte o negócio é fechado”, adiciona o executivo da Rua Dois. A instalação da plataforma se dá em três etapas: implantação, validação e, por fim, entra em ação o time de growth da startup, operando campanhas e ações para aumentar os resultados das imobiliárias.

Open House reuniu corretores, gerentes e diretores de imobiliárias

Outra plataforma presente no evento foi a Hauseful, cuja proposta é a redução do custo de aquisição do cliente. A solução baseia-se na terceirização de alguns serviços fundamentais que são executados pela imobiliária, como a demonstração do imóvel. “Criamos uma rede de pessoas especializadas nesse tipo de apresentação. Isso reduz os deslocamentos da equipe da imobiliária”, exemplifica Robson Madalosso, da Hauseful.

Competência também presente na plataforma é a contratação de fotógrafos e de profissionais especializadas em vídeos para anúncios de imóvel. Com essa terceirização, o corretor acaba ficando com tempo mais disponível para focar nos fechamentos de negócio, o que impacta positivamente na velocidade de contratos firmados. “Assim, é possível uma imobiliária atender a um número maior de clientes consumindo o mesmo tempo”, adiciona Madalosso, em relação ao ganho de eficiência.

Ainda no quesito de agilidade foi abordado por Marcus Oliveira, da FC Análise Digital. “Somos uma plataforma digital de análise de risco, e nosso objetivo é sanar uma das dores da burocracia”, afirma. Apenas com o CPF do potencial inquilino, a imobiliária tem um relatório completo, em tempo real, do score do inquilino.

A depender do risco do cliente, a imobiliária pode diferenciá-lo para receber um tipo de relacionamento mais personalizado e indicar-lhe a garantia locatícia mais adequada. “Às vezes, o cliente pode ter um excelente histórico e, talvez, possa até ser dispensado da garantia”, afirma Oliveira. Por hora, a plataforma opera apenas com CPF, mas, em breve, iniciará operação para análise de risco de CNPJ. “Queremos simplificar a jornada do bom inquilino.”

Thomaz Fernandes, da Izee, outra startup da noite, apresentou solução que unifica todo o trabalho da imobiliária entre o CRM e o ERP (Planejamento de Recursos Empresariais). “Estamos onde existe um limbo, na jornada de fechamento, como a vistoria, a contratação do seguro e análise. Nossa função é acelerar a velocidade de fechamento de contrato. Temos cases de assinaturas que levaram apenas 47 minutos”, conta.

Nelson Parisi: imobiliárias precisam se tornar digitais

A empresa dividiu-se em dois módulos, um de cadastro e outro de fechamento. O primeiro digitaliza as fichas cadastrais da imobiliária, que a repassa para o cliente eletronicamente e ele mesmo acaba alimentando o sistema. Depois de receber essas informações em nuvem, o material vai para análise – validação, rejeição, solicitação de documentos etc. –, tudo digitalizado. “Dessa forma, fica mais fácil entrar no módulo de fechamento, pois o setor de análise fica completamente organizado.” A assinatura também é feita de forma eletrônica.

A Cupola, por sua vez, atua ajudando as imobiliárias a encontrar as melhores práticas e tendências tecnológicas para quem atua com locação. “Somos uma consulagência, um híbrido de agência e consultoria. Vamos além do trabalho criativo”, afirma Rodrigo Werneck, da Cupola, que também apresentou um treinamento criado para intermediadores que operam com aluguéis.

Visando a gestão, a transformação digital e o vetor tecnológico do negócio, a empresa se serve de profissionais de proa para observar a realidade das imobiliárias e, a partir disso, contribuir com melhorias. Entre os cases de sucesso, uma imobiliária que registrou crescimento de 35% de negócios fechados.

Para Nelson Parisi Júnior, da Rede Imobiliária Secovi, o evento foi ao encontro das necessidades das imobiliárias. “Nosso propósito é apresentar soluções práticas para algumas de nossas dores em locação”, afirma. Nesse sentido, ressaltou a importância do Secovi-SP como disseminador de conteúdo qualificado para os profissionais da área.

Testemunha disso é a empresária Raffaella Zampieri, integrante do grupo de Novos Empreendedores do Secovi-SP (NE). Como membro de um grupo técnico (GT) do NE com foco em inovação, a empresária inspirou-se para transformar o negócio de sua família. “Quando cheguei na empresa do meu avô, me deparei com uma máquina de escrever em cima da mesa e um monte de planilhas [físicas] de controle”, contou.

Depois de participar de uma série de ações do NE, como missões empresariais internacionais e nacionais, a empresária abriu um coworking. “Apostei no futuro do trabalho, graças a tudo o que vi nas iniciativas do NE”, disse.

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