Em sua fala de abertura, Antonelli destacou as mudanças de hábitos de consumo impulsionadas pela pandemia da Covid-19. Ele chamou a atenção para a ampliação do home office e para o crescimento do e-commerce, que impactaram o mercado de escritórios e provocaram um forte aquecimento da demanda por galpões logísticos., respectivamente.
Adriano Sartori fez um panorama do comportamento dessas duas classes de ativos no mundo, com base no levantamento que a CBRE realiza trimestralmente. Mais especificamente sobre o mercado de escritórios, ele informou que a cidade de São Paulo tem 16 milhões de metros quadrados e os imóveis triple A respondem por 11% deste total.
Segundo ele, São Paulo tem potencial de crescimento, mas a dificuldade de ampliação por causa de falta de espaços por causa do zoneamento restritivo. “Isso é um impeditivo para o desenvolvimento da cidade e aproveitar a infraestrutura existente”, disse o especialista, que também apresentou dados da taxa de vacância e da absorção bruta e líquida.
“Com a pandemia, as empresas tiraram o pé do acelerador e a taxa de vacância subiu nos útimos dois anos e agora está em queda em algumas regiões. A vacância está mais atrelada às devoluções de espaços do que efetivamente aos edifícios entregues”, explicou, revelando que 90% das devoluções durante a pandemia foram de empresas que ocupavam lajes de até 1.000 metros quadrados.
Espaços ruins ou mal projetados estão perdendo espaço, disse ele, pois “as empresas se tornaram mais seletivas e aceitam pagar um pouco mais pelo metro quadrado para estar em regiões valorizadas.”
Sobre o retorno aos escritórios, revelou que foi feita uma pesquisa em 560 edifícios e em 50% deles a ocupação já tem em 70%. Segundo ele, essa volta é ratificada pelo aumento no volume de passageiros. Ele citou dados de uma pesquisa realizada em 23 estações de Metrô e trens, próximas aos centros de escritórios. “Foram transportados em torno 2,5 milhões de passageiros ao dia, número bem superior aos 600 mil transportados no pico da pandemia em 2020”.
Mercado logístico – Adriano Sartori também fez uma radiografia do mercado logístico, mostrando uma análise que foi feita em 30 países e o impacto do e-commerce em 2021 e o crescimento esperado até 2026.
“Em alguns países, o crescimento do e-commerce, nos últimos dois anos, foi mais que o triplo do esperado no período. O Brasil, atualmente, está com uma taxa de crescimento em torno de 18% e o esperado é de 26% no mercado varejista.”
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