Hubert Gebara

O Enacon que será realizado dias 7 e 8 de novembro deste ano será novamente  brainstorming para as administradoras, que não podem perder a  velocidade com que são recicladas as suas atividades.  A seleção  que o Enacon promove não é entretanto apenas para esse segmento específico.  É  um firme cofator de seleção e adaptação do mercado imobiliário como um todo. .

Como em tudo  na vida,  os mais capacitados vão sobreviver e os demais, no devido tempo,  desaparecerão. Parece cruel mas é um pacote de bondades para todos. Serão beneficiados quem incorpora, quem constrói , reside, compra,  vende  ou aluga imóvel de condomínio, seja este residencial ou comercial.

Pelo fato de serem  ainda um grande aprendizado, os condomínios conduzem o processo de renovação.  Eles surgiram praticamente nos anos 70 e de lá para cá não pararam de evoluir e se adaptar. Esse processo atingiu os condôminos e moradores, que antes habitavam o imóvel autônomo, onde era tudo mais simples.

A passagem do imóvel autônomo para o de condomínio é um salto quântico. O antigo morador tradicional que fazia suas próprias leis passou a dividir com outros essa liberdade, obrigando os demais coadjuvantes   a também evoluírem e isso atingiu o mercado como um todo, incluindo, claro, as administradoras.  .

Elas  estão no centro desse sistema volátil. Mais do que qualquer outro segmento, elas aguardam o Enacon para  debater sua nova posição. Na próxima edição do evento, estarão pleiteando uma participação maior na gênese do imóvel condominial. Com a prática adquirida na administração do dia a dia dessas comunidades, há um lugar para elas na engenharia e arquitetura do projeto. Essa participação vai evitar as interferências de sempre e incidir para melhor no custo final da construção.  Vai finalmente  permitir que a vida no condomínio flua com mais facilidade  após a sua instalação.

Os problemas aparecem, em muitos casos, porque a administradoras estão ainda  ausentes da gênese que ocorre na prancheta. Claro, estamos falando também de planejamento, nossa  maior lacuna. Um temporal ocorre e dezenas de árvores caem sobre a rede elétrica da cidade. Ficamos no escuro. A concessionária custa a reparar os danos e alega que a restauração da rede elétrica é complexa. Mas ela própria  esquece de aludir ao plantio aleatório das árvores pela prefeitura, quase todas de grande porte e totalmente inadequadas para o espaço urbano. Onde está a falha?

Planejamento e adaptação são searas que envolvem criatividade e imaginação. Envolvem nosso difícil estado de alerta. Acontece o mesmo na economia, no ensino, na saúde. A rigor, está tudo misturado: onde vemos duas coisas, existe na verdade apenas uma.          

Não há dúvida de que os condomínios são a moradia do futuro.  Nas cidades que estamos construindo restarão  quem sabe alguns sobrados e algumas áreas verdes. Serão  suficientes? Não sabemos. Mas os condomínios continuarão crescendo mais  rapidamente do que as cidades onde se encontram e liderando, com as administradoras, o processo de adaptação.

Hubert Gebara é vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP.