Adriano Sartori, da CBRE e do Secovi-SP; Tiago Alves, da Regus & Spaces Brasil,
   e Daniel Cherman, da Tishman Speyer Brasil.

“Estamos vivendo um ciclo de retomada no Brasil e isso gera oportunidades de investimento e desenvolvimento”, avaliou Adriano Sartori, vice-presidente da CBRE e do Secovi-SP, referindo-se ao futuro das lajes corporativas e dos escritórios. Sartori participou do painel da Convenção Secovi 2020, no dia 25/8, ao lado de Daniel Cherman, da Tishman Speyer Brasil; e Tiago Alves, da Regus & Spaces Brasil, que coordenou o encontro on-line.

Para Cherman, o futuro é brilhante. “Estamos aprendendo a lidar com a situação, mas estou otimista com relação ao mercado, à economia e ao Brasil. Estamos na direção correta. Vamos ficar atentos, mantendo a calma e cuidando da segurança e saúde das pessoas”, disse Cherman. “Os ocupantes dos escritórios também estão otimistas e entendem que o ambiente de trabalho é extremamente importante para desenvolvimento da cultura de uma empresa e para a retenção dos talentos”, adicionou Sartori.  

Retorno gradual e cauteloso

“Passados cinco meses do início da quarentena, as empresas estão mais cautelosas na tomada de decisões e começam a repensar a ocupação dos espaços corporativos, muito mais preocupadas em garantir a segurança dos colaboradores neste retorno gradual”, disse Adriano Sartori, acrescentando que, das 900 empresas da carteira administrada pela CBRE, cerca de 75% já voltaram para os escritórios. “Em termos de população, estamos falando entre 20% e 25% do quadro de funcionários”, informou.

Segundo ele, esse cenário está ocorrendo no mundo todo. Por exemplo, na China, segundo ele, a ocupação dos prédios está em torno de 50%. Na Europa, dependendo do país, varia entre 30% e 40%. “As empresas começam a voltar, cautelosas. Algumas delas adotaram a ocupação híbrida, com parte do pessoal trabalhando remotamente e os demais retornando ao escritório.”

Daniel Cherman lembrou que o mercado corporativo no Brasil vinha em um processo de adensamento grande, mas isso mudou completamente com a pandemia. “Antes, as empresas queriam colocar mais pessoas dentro do escritório para baratear o aluguel. Agora, as empresas estão mais preocupadas com o distanciamento entre os funcionários.”

Neste contexto, ele acredita que os escritórios de qualidade têm mais flexibilidade, possibilitando a implantação de novas tecnologias, como sistemas de ar-condicionado e de limpeza necessários no pós-pandemia. “Os escritórios de menor qualidade vão ficar obsoletos mais rápidos e, para implementar essas tecnologias, o investimento será muito grande”, ressaltou Cherman. “Apesar das mudanças, as lajes corporativas e escritórios de qualidade continuarão demandados.”

Além do home office

Tiago Alves, da Regus & Spaces Brasil, mencionou alguns movimentos que estão ocorrendo como “trabalhe perto de casa”, “escritórios satélites” e “trabalhe em qualquer lugar”. “A pandemia trouxe a revisão da mobilidade. O tempo perdido no deslocamento é muito grande, principalmente nas grandes cidades. “Acordar e começar a trabalhar representou um ganho de produtividade e de qualidade de vida”, disse Tiago Alves.

Adriano Sartori lembrou que a legislação urbanística de São Paulo favorece o uso misto dos prédios e as empresas passam a ter um olhar diferenciado sobre este tipo de empreendimento. “Trabalhar perto de casa será essencial na tomada de decisão na escolha de um novo local da empresa. Algumas empresas começam a estudar o modelo com escritórios satélites”, afirmou Sartori, alertando para os cuidados desta divisão não afetar os resultados e a cultura da empresa.

A Convenção Secovi 2020 é uma realização do Secovi-SP e da Fiabci-Brasil, e conta com o apoio institucional da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). Patrocínio: Atlas Schindler, Grupo Souza Lima, Porto Seguro, SegImob, Abrainc, Caixa, Cashme, Crowe, Gerdau, Kzas, Locomotiva, Mapfre, OLX, Realogy e Senior Mega. Agente social apoiado: Ampliar.