As contratações do Minha Casa, Minha Vida deverão ter o incremento de 50 mil unidades ainda neste ano. O anúncio foi feito pelo presidente da República, Michel Temer, durante a abertura do 90º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic).
“Vamos chegar a quase 700 mil [casas] em 2018. Assim, desenvolvemos a economia e geramos mais empregos”, disse Temer a uma plateia de mais de dois mil empresários do setor, dentre os quais, o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, e diretores da entidade. Em fevereiro deste ano, a meta anunciada do MCMV era de 600 mil unidades. “Neste esforço de erguer um Brasil justo e próspero, a construção civil é um aliado indispensável”, aduziu.
Temer aproveitou a abertura do Enic para, também, assinar decreto que institui a estratégia nacional de disseminação do BIM (Building Information Modeling), que confere maior confiabilidade e produtividade aos agentes da construção civil. Trata-se de um conjunto de informações geradas e mantidas digitalmente durante todo o ciclo de um empreendimento.
De acordo com o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, também presente ao evento, o BIM passa a ser tema de política pública. “O governo é um dos maiores contratadores de obras. Vamos passar a incorporar os princípios do BIM nas nossas contratações”, disse.
Dentre as metas traçadas pelo governo, estão o aumento da produtividade e a redução do custo de obras a serem obtidos pela implementação do BIM, com a consequente redução dos custos.
José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, entidade realizadora do evento, aproveitou a ocasião para antecipar ao presidente Michel Temer que, em breve, será encaminhada ao governo proposta para evitar tragédias semelhantes àquela ocorrida no centro de São Paulo no início deste mês – desabamento do prédio Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu.
“Existem 70 prédios invadidos em São Paulo, e nenhum desses edifícios tem condições de ser formalizado porque a legislação de acessibilidade, de bombeiro, a lei de incorporação, a falta de financiamento de imóvel usado em relação ao imóvel novo ou para reforma são uma série de empecilhos que impedem a entrada desses prédios no mercado formal”, disse Martins.
A proposta da CBIC – conjunto de entidades do qual o Secovi-SP faz parte ocupando, inclusive, a presidência de uma de suas principais comissões, a CII (Comissão da Indústria Imobiliária) – é a criação de uma legislação federal que flexibilize determinados locais e prédios para que o empreendimento consiga ser formalizado, sem abrir mão da segurança. Seria algo no mesmo espírito do que fez a lei de regularização fundiária. As tratativas para o avanço dessa proposta já se iniciaram com o ministério das Cidades e com a Secretaria municipal de Habitação de São Paulo.
O Enic prossegue até o dia 18 de maio, sexta-feira.